João, de 20 anos, pediu votos para Marina ao lado da mãe, Renata, e evocou costumes do pai em palanques
Candidata
do PSB à Presidência, Marina Silva evocou, em comício no Recife na
noite desta segunda-feira, o legado de Eduardo Campos (PSB), e recebeu o
apoio da família do ex-governador de Pernambuco em seu palanque, que
vem chamando atenção na reta final da campanha por pedir votos pela
'honra' de Campos. Ao lado de Marina, o filho mais velho de Eduardo,
João Campos, fez seu primeiro discurso político na capital pernambucana.
O jovem de 20 anos destacou a postura de liderança do pai e lembrou o
bisavô Miguel Arraes. Depois de participar de eventos no interior com o
deputado federal Raul Henry (PMDB/PE), candidato a vice-governador na
chapa montada por Campos, João era aguardado com a família no Recife.
Ele chegou aparentando nervoso ao comício, que começou com mais de uma
hora de atraso.
O jovem estava com os irmãos Maria Eduarda (22), Pedro (18) e José (9) e
a mãe, Renata Campos, considerada uma influência nas decisões políticas
do marido. Renata, também ativa na campanha, ficou abraçada a José
durante boa parte do ato, enquanto recebia muitos cumprimentos de Marina
e do candidato a vice na sua chapa, Beto Albuquerque.
— É uma grande mulher que liderou com Eduardo o projeto para este estado — afirmou a candidata, sobre a viúva Renata.
O primeiro discurso de João Campos, que começou lembrando o acidente
que matou seu pai, foi concluído com palavras que costumavam ser ditas
por Campos nas suas campanhas: "É paz, amor e vitória!". A fala do jovem
foi aprovada pela mãe, que sinalizou com o polegar após um abraço e um
sorriso, e por João Lyra, que sucedeu Campos no Governo de Pernambuco.
— Tive a alegria de ver este jovem João mostrando que a boa árvore
deixa sementes prontas para brotar — disse, Marina Silva, sobre o
herdeiro político do aliado.
Citando Nelson Mandela, Gandhi e Martin Luther King, Marina Silva
reafirmou que agirá “com tranquilidade” frente aos ataques dos
adversários. A candidata se disse 'pequena' em relação à presidente
Dilma Rousseff (PT), já que a diferença entre o tempo das duas no
horário eleitoral é de quase 10 minutos, e afirmou ser alvo de calúnia.
Em discurso de meia hora, Marina voltou a defender que o fato de ser evangélica não interfere na sua vida pública.
— Ninguém nunca me viu instrumentalizando a minha fé — afirmou — Em 16
anos no Senado, você nunca vai me ver fazendo qualquer coisa que
desrespeite os direitos humanos, que promova o preconceito, que faça
qualquer coisa nessa direção. Temos que respeitar as pessoas
independente da cor, independente do credo, independente da posição
social, se crê ou se não crê, da orientação social.
O vice de Marina, Beto Albuquerque atacou Dilma Rousseff (PT), dizendo que ela “acha que pesquisa ganha eleição”
— Vocês chegaram a acordar a Dilma com essa força. Ela já estava
dormindo, acreditando nas pesquisas. Ela acha que pesquisa ganha
eleição.
Fonte: O GLOBO por Amanda Miranda.