O
grupo que apoiava a candidatura de Rogério Rosso, então no PMDB,
conseguiu os votos necessários para elegê-lo governador para um
mandato-tampão. Wilson Lima, que também disputava o posto, perdeu o
cargo.
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Aylton Gomes |
Quatro
deputados distritais, cinco ex-parlamentares e um empresário foram
condenados pela Justiça em uma ação de improbidade administrativa. Pela
decisão, todos perderão os direitos políticos por oito anos.
Mas,
como o processo ainda está na primeira instância, os réus não serão
enquadrados na Lei da Ficha Limpa e poderão concorrer na disputa deste
ano.
A ação envolve os distritais Alírio Neto (PEN), Aylton Gomes (PR), Cristiano Araújo (PTB), e Rôney Nemer (PMDB), além dos ex-deputados Aguinaldo de Jesus, Batista das Cooperativas, Benício Tavares, Dr. Charles e Rogério Ulysses, e do empresário André Luiz Lemos.
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Alírio Neto |
Os
políticos foram acusados de se hospedar em um hotel cinco estrelas de
Goiânia em abril de 2010, com todas as despesas pagas por um empresário
do ramo imobiliário.
Para
o Ministério Público, que apresentou a denúncia, houve enriquecimento
ilícito, “pois a obtenção de qualquer tipo de vantagem econômica
indevida paga por quem possa ter interesse, ainda que potencial, em
obter benefícios, caracteriza improbidade administrativa”.
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Rôney Nemer |
O
MP alegou ainda que o pagamento da conta do hotel por uma pessoa do
setor privado “viola os deveres de ética, honestidade, probidade,
imparcialidade, legalidade e lealdade às instituições”.
O
caso ocorreu na época da eleição indireta para governador do Distrito
Federal de 2010. Os então deputados se esconderam em um local fora de
Brasília para escapar da pressão política em torno da escolha.
Com
isso, o grupo que apoiava a candidatura de Rogério Rosso, então no
PMDB, conseguiu os votos necessários para elegê-lo governador para um
mandato-tampão. Wilson Lima, que também disputava o posto, perdeu o
cargo.
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Cristiano Araújo |
Os
parlamentares ficaram hospedados no Hotel Castro’s, um cinco estrelas
da capital goiana. André Luiz Lemos, que também foi condenado pela 8ª
Vara da Fazenda Pública, pagou a despesa de quase R$ 3 mil com diárias e
consumações. A juíza Mara Silva de Almeida afirmou na sentença que “os
réus tiveram a intenção de obter vantagem com a formação de consenso em
torno de um nome para o cargo de governador do Distrito Federal, em
reunião secreta e sigilosa, com despesas de transporte e hospedagem
custeadas por empresário desta capital federal”.
Benício,
Cristiano, Dr. Charles, Rogério Ulysses e Rôney alegaram que o
pagamento da conta não teria ligação com a reunião e que não houve
má-fé. Batista das Cooperativas defendeu que os argumentos da denúncia
“são genéricos e abstratos”.
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Aguinaldo de Jesus |
Alírio
Neto disse à Justiça que a petição inicial é inconsistente e que,
quando soube que não lhe seria cobrado o valor das despesas, doou valor
correspondente a entidade filantrópica.
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Batista das Cooperativas |
Segundo
ele, o grupo se reuniu em Goiânia para discutir sobre a eleição
indireta para governador “com privacidade”. Já Aguinaldo afirmou que a
viagem a Goiânia não se deu em razão do exercício do mandato
parlamentar, mas apenas para fugir das pressões políticas. O empresário
André Lemos declarou ao Judiciário que o motivo da sua viagem a Goiânia
foi doença de pessoa da família.
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Rogério Ulysses |
O
advogado Adriano Soares Branquinho, que representa cinco dos 10
condenados, reclamou que a Mara Silva de Almeida condenou os acusados
sem ouvi-los e sem colher o depoimento de testemunhas. “A juíza entendeu
que poderia julgar antecipadamente. Provavelmente, a tese de todos será
a nulidade da sentença porque pediram a produção de prova oral e isso
foi indeferido”, explicou. O advogado Ticiano Figueiredo, que representa
Aylton Gomes, criticou a postura da magistrada. “Ela atropelou o
processo. Essa ação estava parada há quatro anos e, subitamente, teve o
ritmo acelerado. Isso é sintomático do período eleitoral e causa
perplexidade”, comentou.
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Dr. Charles |
Réus
Nove
políticos que ocupavam cadeiras na Câmara Legislativa em 2010 tiveram
as despesas em um hotel cinco estrelas em Goiânia pagas por um
empresário do ramo imobiliário. Para o MP, houve enriquecimento ilícito.
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Benício Tavares |
Fonte: Por HELENA MADER - Correio Braziliense.