Às vésperas da convenção nacional do PSB, marcada para este sábado
(28), a Rede Sustentabilidade divulgou uma nota de sua Executiva
nacional.
No texto, a agremiação de Marina Silva realçou sua “independência” em
relação ao partido de Eduardo Campos. Cuidou também de fixar as
premissas que guiarão a participação de Marina nas campanhas estaduais. A
presença dela será “restrita”.
De resto, Marina e seus correligionários, fizeram questão de relembrar
que são meros hóspedes na legenda de Campos. Vivem o entreato da
campanha, mas já ensaiam seus papeis para a saída:
“A filiação transitória democrática permite que, tão logo a Rede
obtenha seu registro na Justiça Eleitoral, o que deve ocorrer nos
próximos meses, seus militantes formalmente vinculados ao PSB poderão se
transferir para a legenda de origem sem o risco de qualquer tipo de
sanção partidária.” O texto enfatizou: “Portanto, os militantes da Rede
têm data para deixar o PSB.”
A nota foi elaborada a pretexto de esclarecer notícias sobre “supostas
dificuldades no relacionamento entre a Rede e o PSB)”. Para compreender a
peça, é preciso ler as linhas e as entrelinhas. Tomado assim, por
inteiro, o contexto revela que as dificuldades são reais, não “supostas.
Mas Marina e seus correligionários não fazem disso um cavalo de
batalha: “Rede e PSB reconhecem que ambos os partidos são independentes e
com identidades próprias que devem ser respeitadas. Isso lhes assegura
autonomia política sem comprometimento da aliança programática-eleitoral
firmada em 5 de outubro passado.”
Fica claro na nota que a Rede não se considera representada nos acordos
partidários que o PSB firmou em alguns Estados, como nas coligações com
o PSDB em São Paulo e com o PT no Rio. Sem mencionar as praças onde há
desavenças, o texto informa que Marina não se sente comprometida com
acertos que considera desacertos.
Na campanha presidencial, informa a nota, a vice de Eduardo Campos
“participará de atividades […] em qualquer unidade da federação.” Porém,
“sua presença em eventos relativos às candidaturas aos governos
estaduais ficará restrita aos locais nos quais a Rede está vinculada a
uma das chapas da disputa.”
Ficou entendido também que o objetivo central de Marina é o de oferecer
ao eleitorado uma alternativa à petista Dilma Rousseff e ao tucano
Aécio Neves, cujos partidos monopolizam as sucessões presidenciais há
duas décadas.
O problema é que, até aqui, Eduardo e Marina ainda não foram percebidos
pelo grosso do eleitorado como uma opção “à polarização que nos últimos
20 anos domina a cena política do país.” Na opinião da Rede, essa
polarização conduz o Brasil “à estagnação de seu processo democrático,
descaracteriza o espírito público que deve conduzir o Estado e coloca
sob risco as conquistas econômicas e sociais obtidas nas últimas
décadas.”
Em resumo, o que a nota da Rede informa, com outras palavras, é o
seguinte: a vice Marina Silva, numa comparação menos superficial com
Eduardo Campos, é versa. O que faz valer a pena o esforço para atenuar
as diferenças é o propósito comum de convencer o eleitorado de que vale a
pena tentar algo que interrompa o vice-versa de PT e PSDB. Só falta
combinar com os russos.
Fonte: Blog do Josias de Souza.
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