Aécio Neves (PSDB), Geddel Vieira Lima (PMDB) e o governador Eduardo Campos (PSB) na festa
Uma
festa de 15 anos em Salvador, na noite de sábado, virou um inusitado
palco de confraternização entre a ala rebelde do PMDB e os candidatos da
oposição à Presidência, Aécio Neves (PSDB) e Eduardo Campos (PSB).
Os dois prestigiaram o aniversário de Marianna, filha mais velha do pré-candidato do PMDB ao governo da Bahia, Geddel Vieira Lima.
Enquanto os adolescentes dançavam na pista, os políticos
concentravam-se em discutir a crise na Petrobras e comemorar possíveis
danos à imagem de Dilma Rousseff.
"A
orelha da presidente pode ter ardido, mas não por minha culpa. Estava
lá como anfitrião e tive que receber muitos convidados", disse Geddel à FOLHA.
"Mas com esses últimos episódios, especialmente o da compra da
refinaria da Petrobras, o que Dilma não está merecendo é elogio",
alfinetou o peemedebista.
Pivô da rebelião contra o governo no Congresso, o líder do PMDB na Câmara, Eduardo Cunha (RJ), também compareceu à festa. Ele voou do Rio a Salvador para participar do aniversário. "Não
fui a uma festa da oposição, e sim ao aniversário da filha de um amigo.
É claro que sabia que os candidatos estariam lá. Não sou covarde e não
deixaria de ir por isso", disse Cunha.
Aécio,
que costura um palanque único de oposição para apoiar Geddel na Bahia,
cumpriu agenda à tarde em Campos do Jordão (SP) e embarcou em um jatinho
direto para Salvador. Campos aproveitou a passagem pela capital baiana,
onde realizou um encontro da aliança PSB/Rede, para também marcar
presença e se aproximar dos peemedebistas. Seu aliado Fernando Bezerra Coelho (PSB/PE), ex-ministro de Dilma, participou da comitiva.
Outros rivais do PT também bateram ponto no espaço UNIQUE, uma badalada casa de festas em Salvador. O prefeito ACM Neto
(DEM) animou tucanos e socialistas com a informação de que Dilma teria
perdido popularidade na Bahia, segundo pesquisas de seu partido.
Os congressistas também articulavam a possível criação da CPI da Petrobras. Ganhou força a ideia de convocar o ex-diretor Nestor Ceveró, demitido da empresa estatal na semana passada. Numa rodinha com Aécio e Campos, um deputado baiano fez troça: "Se Lula nunca sabia de nada, Dilma coloca a culpa no outros".
A
ausência do vice-presidente Michel Temer (PMDB), velho amigo de Geddel,
foi notada. Mas os oposicionistas entenderam: ele ficaria numa "saia
justa" rodeado por candidatos da oposição e por Eduardo Cunha. Além das críticas ao governo, as eleições foram o centro da festa da debutante.
"Foi
a festa de 15 anos com mais gente velha que já fui. E só se falava de
política", contou um político do DEM/BA. Para o deputado Jutahy Junior (PSDB/BA), a reunião dos presidenciáveis foi "simbólica". "A política é feita de símbolos. A presença de Aécio e Eduardo na festa mostra uma união das oposições ao governo do PT".
A
presença de Campos na festa, contudo, incomodou o tucano, que esperava
reinar sozinho entre os principais partidos de oposição baianos. Aécio e
Campos saíram por volta da meia-noite. Dançaram a "valsa política" com o PMDB, mas não se arriscaram na valsa propriamente dita com a debutante.
Fonte: Bernardo Mello Franco e João Pedro Pitombo - Portal UOL.
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