Bruno André Silva Ribeiro é filho de um ex-deputado do PSDB
Juiz impediu entrevista de Cachoeira TV Justiça
Como costuma fazer aos domingos, o juiz substituto da Vara de Execuções
Penais (VEP) Bruno André Silva Ribeiro, de 34 anos, foi à casa do pai, o
ex-deputado distrital pelo PSDB Raimundo Ribeiro, para o almoço de
família. Pouco depois, recebeu uma ligação e saiu às pressas. Até à
noite, não havia voltado. O domingo já foi uma mostra da sua nova
rotina: caberá ao juiz cuidar dos processos de execução das penas dos
presos pelo mensalão no complexo da Papuda, no Distrito Federal.
Bruno substituirá o juiz titular da vara, Ademar Silva de Vasconcelos,
que se viu envolvido num embate direto com o presidente do Supremo
Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa. Aos 34 anos, ele vai acompanhar
a situação dos réus na Papuda, com exceção da análise de benefícios,
uma atribuição do próprio presidente do STF.
O juiz já atuou, em pelo menos uma circunstância, em outro caso
rumoroso: a prisão provisória do bicheiro Carlinhos Cachoeira. Em julho
de 2012, quando o contraventor estava na Papuda, Bruno negou um pedido
de entrevista que já havia sido consentida pelo próprio detento. Na
decisão, o magistrado demonstrou como interpreta a Lei de Execuções
Penais: o ingresso nos estabelecimentos prisionais deve ser analisado
sob a luz do “preocupante estado de tensão vivenciado nos presídios
locais”. Permitir a entrevista seria, na visão do juiz, dar um
tratamento “distinto” do concedido aos demais detentos.
Bruno é de uma família de advogados: o pai, o avô, tios e primos atuam
na área. Assumiu o cargo de juiz no DF há pelo menos quatro anos. Antes,
atuou como procurador da Fazenda Nacional. O magistrado formou-se em
Direito numa universidade particular em Brasília. Durante a faculdade,
estagiou na Defensoria Pública, segundo o pai. Ele é professor no curso
de pós-graduação em Direito Penal e Processo Penal do Instituto
Brasiliense de Direito Público (IDP). Um dos sócios do IDP é o ministro
do STF Gilmar Mendes, cuja maioria de votos no processo do mensalão foi
pela condenação. E um dos alunos da graduação de Direito é o deputado
João Paulo Cunha (PT/SP), réu condenado à prisão.
Raimundo Ribeiro & Bruno Ribeiro |
Raimundo Ribeiro conta que não costuma conversar com o filho sobre o
trabalho na Vara de Execuções Penais. Os processos do mensalão não
teriam sido objeto de assunto no almoço de hoje.
– Ele tem muita privacidade. A Vara de Execuções Penais tem muito
trabalho. Os processos (dos réus do mensalão) foram uma coisa natural –
diz o ex-deputado tucano.
Raimundo Ribeiro evita dar opinião sobre o julgamento do STF. A mulher dele, Luci Rosane Ribeiro, não esconde nas redes sociais a felicidade com as condenações no processo. “Zé Dirceu: de preso político a político preso”, cita uma postagem de Luci na rede. Raimundo foi eleito deputado distrital em 2007. No mesmo ano, foi secretário de Justiça e Direitos Humanos no governo de José Roberto Arruda. Em 2010, foi reeleito, mas outro deputado assumiu o mandato ao conseguir ter os votos validados por meio de uma decisão judicial. Raimundo já foi vice-presidente do PSDB no DF e hoje integra a executiva do partido no DF.
Raimundo Ribeiro evita dar opinião sobre o julgamento do STF. A mulher dele, Luci Rosane Ribeiro, não esconde nas redes sociais a felicidade com as condenações no processo. “Zé Dirceu: de preso político a político preso”, cita uma postagem de Luci na rede. Raimundo foi eleito deputado distrital em 2007. No mesmo ano, foi secretário de Justiça e Direitos Humanos no governo de José Roberto Arruda. Em 2010, foi reeleito, mas outro deputado assumiu o mandato ao conseguir ter os votos validados por meio de uma decisão judicial. Raimundo já foi vice-presidente do PSDB no DF e hoje integra a executiva do partido no DF.
– Meu filho é juiz de direito concursado, e já tinha sido procurador da
Fazenda Nacional. Estão querendo politizar o que não há politização –
afirma o ex-deputado.
Fonte: Vinicius Sassine - O Globo.
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