Museu
Nacional na pauta dos distritais Agnelo tem pressa em aprovar na Câmara
projeto que passa a gestão do monumento para o governo federal. Pressão
da área cultural pode tornar a análise mais difícil.
Museu Nacional: obras de arte que estão em bancos públicos poderão ser expostas no monumento
Além do polêmico Plano de Preservação do Conjunto Urbanístico de
Brasília (PPCub), o Executivo pretende ver aprovado pelos distritais o
Projeto de Lei nº 1.693/2013, que transfere para o governo federal a
gestão do Museu Nacional da República. Em encontro com os parlamentares
da base esta semana, o governador Agnelo Queiroz (PT) colocou a demanda
entre as prioridades deste fim de ano, mas alguns apostam que o trâmite
da proposta não será fácil.
De acordo com o projeto, o espaço será cedido ao Executivo federal, que
passará a geri-lo. A ideia partiu da presidente Dilma Rousseff. Em
conversa com o governador do DF, ela manifestou interesse em transferir
para o museu brasiliense o rico acervo dos bancos públicos, além de
obras espalhadas em ministérios e embaixadas brasileiras pelo mundo.
Peças de Anita Malfatti, Di Cavalcanti, Antônio Poteiro, Tomie Ohtake,
Portinari e Athos Bulcão integram as coleções. O que parece ser um
grande ganho para a cidade, no entanto, desperta críticas de parte da
classe artística local, como ficou claro durante comissão geral
promovida na noite de ontem na Câmara Legislativa.
Representantes do movimento cultural da cidade aproveitaram a
oportunidade para se manifestar contrários ao PL. De acordo com um
deputado da base, a pressão dos artistas — que prometem lotar as
galerias, caso a proposta seja mesmo levada a plenário ainda este ano —
pode intimidar os parlamentares. Um dos argumentos apresentados pelo
governo, de que o museu é subutilizado, não convenceu parte dos
distritais.
Debate
O secretário de Cultura do Distrito Federal, Hamilton Pereira, e o
presidente do Instituto Brasileiro de Administração de Museus (Ibram),
Ângelo Santos, também participaram do evento e destacaram que o debate
precisa ser ampliado. “O museu não tem dono. É de Brasília, do Brasil,
da população”, afirmou. Hoje, 10 servidores da pasta cuidam do local,
mas a escassez de verbas sempre dificultou a promoção de projetos.
Apesar disso, no ano passado, 972 mil pessoas visitaram o espaço.
O presidente do Conselho de Cultura do DF, Romário Schetino, também
presente à reunião, defende que os governos federal e local compartilhem
a gestão do Museu Nacional. “Acredito que o debate ainda não foi
encerrado, ainda precisamos discutir mais a questão”, pontua. Caso o
texto seja aprovado, o Ministério da Cultura, por meio do Ibram, vai
passar a administrar o espaço, projetado por Oscar Niemeyer e inaugurado
em 2006.
Nova autarquia
O Instituto Brasileiro de Museus foi criado pelo presidente Lula, em
janeiro de 2009, com a sanção da Lei nº 11.906. A nova autarquia
vinculada ao Ministério da Cultura sucedeu o Instituto do Patrimônio
Histórico e Artístico Nacional (Iphan) nos direitos, deveres e
obrigações relacionados aos museus federais.
Fonte: Thaís Cieglinski - Correio Braziliense.
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