O
pedido foi feito dentro do inquérito aberto no STJ (Superior Tribunal
de Justiça) para apurar se a primeira-dama, Ilza Queiroz, e Ailton
Queiroz (o irmão) estão envolvidos em crime de lavagem de dinheiro com
transação de imóveis com o governador do Distrito Federal.
O governador do Distrito Federal,
Agnelo Queiroz (PT), ao lado de sua mulher, Ilza Maria, durante a
cerimônia de posse no cargo
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A PGR (Procuradoria-Geral da República) pediu a quebra dos sigilos
fiscal e bancário da mulher e de um irmão do governador do Distrito
Federal, Agnelo Queiroz (PT).
O pedido foi feito dentro do inquérito aberto no STJ (Superior Tribunal
de Justiça) para apurar se a primeira-dama, Ilza Queiroz, e Ailton
Queiroz (o irmão) estão envolvidos em crime de lavagem de dinheiro com
transação de imóveis com o governador do Distrito Federal.
Agnelo é alvo de inquéritos na Justiça para investigar sua atuação como
ministro do Esporte e como diretor na Agência Nacional de Vigilância
Sanitária. E ainda suas eventuais ligações com o grupo do empresário
Carlinhos Cachoeira, acusado de explorar ilegalmente jogos de azar.
Quando a CPI do Cachoeira quebrou o sigilo de Agnelo, descobriu que 80%
do patrimônio que ele declarou à Justiça Eleitoral em 2010 estava em
nome da mulher.
No inquérito aberto para investigar os familiares, a procuradoria pede a
quebra dos sigilos bancários e fiscal dos dois, em razão da
"necessidade de se aprofundar nas investigações que envolvem a suspeita
de acréscimo patrimonial de familiares do governador, obtido com
dinheiro de origem ilícita recebida por Agnelo Queiroz".
A procuradoria suspeita ainda de triangulações financeiras e de um
imóvel que não foi declarado por Agnelo, comprado em 2007 no valor de R$
128.888,57. Naquele ano, diz o relatório de inteligência, a
movimentação financeira das contas bancárias de Agnelo correspondeu a
8,47 vezes seus rendimentos líquidos.
O relatório menciona ainda que Agnelo recebeu R$ 84,6 mil de seu irmão e
de sua mulher na véspera de uma transferência de R$ 150 mil para uma
conta desconhecida - as datas, nesse caso, não são citadas.
"O presente inquérito foi instaurado para apurar a prática do crime de
lavagem de dinheiro decorrente de acréscimo patrimonial", diz o pedido
levado ao STJ. As quebras de sigilo dos familiares de Agnelo foram
solicitadas pela procuradoria em setembro e ainda não houve decisão.
Segundo a procuradoria, as quebras são "imprescindíveis para continuar
investigando se os acréscimos patrimoniais de Ilza Queiroz e Ailton
Queiroz possuem relação com o suposto desvio de recursos públicos por
parte de Agnelo".
OUTRO LADO
A secretaria de Comunicação do governo do Distrito Federal afirmou que
as respostas sobre o caso caberiam ao advogado de Agnelo Queiroz, Luis
Carlos Alcoforado.
Procurado, Alcoforado disse que o inquérito é sigiloso.
"É preciso aguardar [a investigação]. É delicado falar sobre o que está em segredo de justiça", afirmou ele.
Questionado sobre as suspeitas da procuradoria, Alcoforado afirmou que as "premissas carecem de sustentação".
À época da CPI, a assessoria de Agnelo havia dito que o patrimônio da
família é compatível com a renda do casal, e que havia sido uma "escolha
pessoal" colocar os bens em nome da mulher.
A Folha não localizou Ilza Queiroz e Ailton Queiroz para comentar.
Fonte: Filipe Coutinho - Folha de São Paulo
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