
O PT aproveitou o palco da tragédia para mostrar ao Brasil e ao mundo
que a inoperância do governo de Dilma Rousseff não passa de invenção da
mídia golpista, que se uniu às elites do País. Conversa fiada de quem
não tem o que fazer e carece de bom senso para saber a hora exata de a
politicagem entrar em cena. Em nenhuma tragédia ocorrida no Brasil até
hoje viu-se tantas autoridades chegando de forma tão célere no local dos
fatos, como aconteceu em Santa Maria.
Dilma Rousseff, que estava no Chile, carregou a tiracolo um séquito
de aduladores, os quais fizeram questão de, mesmo ao fundo, aparecer nas
imagens registradas pelas câmeras. Carpideiras desalmadas que
pisotearam a dor alheia para exibir uma competência administrativa que
jamais subiu a rampa do Palácio do Planalto.
Com o acidente na boate podendo colocar o PT no olho do furacão,
desta vez atingindo Tarso Genro e sua horda, o peremptório governador
gaúcho pediu ajuda aos companheiros. Dilma, truculenta como sempre,
mandou o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, não sair de Santa Maria
sem a sua autorização. Como se a presença do ministro da Saúde na cidade
mudasse algo na tragédia consumada. Ora, se o sistema público de saúde
do Rio Grande do Sul não tem capacidade para atender duas centenas de
vítimas de uma tragédia, Padilha e Tarso Genro devem pedir demissão.
A situação torna-se mais estranha quando o presidente da Câmara dos Deputados, Marco Maia,
petista e gaúcho, cria uma comissão parlamentar para acompanhar as
investigações, sob a desculpa de que é preciso preservar a transparência
no trabalho de investigação. Ora, a polícia gaúcha está sob o comando
de Tarso Genro, que é tão petista quanto Maia. Porém,
como as farsas da “companheirada” são sempre recheadas de detalhes
bisonhos, Marco Maia nomeou o deputado Paulo Pimenta, também petista e gaúcho, como presidente da Comissão que acompanhará os trabalhos investigatórios em Santa Maria.
Pimenta é o mesmo que, em uma madrugada de 2005, encontrou-se às
escondidas com Marcos Valério na garagem do Senado federal. À época,
acontecia no Congresso Nacional a CPI dos Correios e naquele dia, horas
depois, o operador financeiro do Mensalão do PT seria ouvido pelos
integrantes da Comissão. Paulo Pimenta está sendo acusado de ser o
verdadeiro e oculto dono da boate Kiss, onde ocorreu o trágico acidente
que matou 235 pessoas.
Pimenta, como bom petista que é, reagiu com truculência e prometeu
processar os caluniadores e entregar o caso à Polícia Federal. O
deputado petista precisa pensar bem antes de chamar a PF, pois pode não
ser a decisão mais acertada. Até porque, telhado de vidro sempre é o
mais vulnerável. Paulo Pimenta esperneou desnecessariamente depois de a
notícia ter circulado na internet, quando, na verdade, bastava ele
provar que não é dono da tal boate e que sequer conhece os
proprietários. Pimenta não sabe, mas à mulher de César não basta ser
honesta, é preciso que ela mostre ser como tal.
O cenário em Santa Maria tornou-se mais complexo para Tarso Genro,
depois que o governador desautorizou a declaração de um coronel do Corpo
de Bombeiros do estado, que se não falou tudo o que sabia, ao menos
deixou pistas importantes para quem tem massa cinzenta. O mesmo Corpo de
Bombeiros que liberou o funcionamento de uma boate para mais de mil
pessoas com apenas uma porta – de entrada e saída – exigiu de um pároco
de Santa Maria abrisse duas portas laterais em uma igreja com capacidade
para no máximo cem fiéis.
Essa queda de braços está apenas começando e o PT já se prepara para
deflagrar uma operação abafa sem precedentes na história. Muita gente
deve tombar nesse palco de guerra que se instalou em Santa Maria.
Aguardemos!
Fonte: Ucho.Info
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