APESAR DE VOCÊS VAMOS SOBREVIVER
Por João Zisman - Nem sempre o novo transforma, ensina e até mesmo renova, mas Brasília verte e ao mesmo tempo subverte toda ordem espacial do tempo, na medida em que o místico é real e os sonhos se consubstanciam em concreto sustenido.
Fundamental pra tudo isso é o povo, cuja liga que foi usada pra ser forjado é tão inquebrantável quanto a fé de JK que tal qual um grande pastor, arrebanhou e contagiou milhares de homens e mulheres a abrirem picada num cerradão inóspto às vistas, apenas às vistas.
Essa fé foi responsável pela maior revolução ideológica nacional: a revolução do trabalho duro, pesado, suado, visível. Aqui se construiu a primeira grande “rede social”, muito mais importante do que twitter, My Space e facebook, por que integrou ao vivo e on-line todos os “Brasis”, numa época em que o rádio era o principal e único veículo de comunicação de massa.
Êita rede social danada! Que combustível forte é a esperança! Não foi preciso nem criar uma estatal pra captá-lo. Salve os pioneiros!
É por isso que não dá pra analisar Brasília de uma maneira cartesiana, por que se corre o risco de não enxergar os verdadeiros valores que fazem a cidade pulsar.
O traço do arquiteto é tão somente a reunião de sentimentos e qualidades como: vontade, obstinação, inquietação, coragem, genialidade e sobretudo fé, que só poderiam transformar-se em poesia épica na luminosidade do céu de Brasília.
O brasiliense, a despeito de tudo que sempre aconteceu no Brasil e agora diante dos fatos atuais da política local, sempre reagiu e manteve-se antenado e disposto a defender o estado de direito e a lisura moral no trato público.
Fazer pensar que essa população só possa ou queira exercer o único poder templário de jardineiros do governo federal é passar uma borracha na história de verdadeiros desbravadores, é arquitetar o seqüestro de uma identidade política própria e única que certamente só pode coexistir aqui no Distrito Federal.
Esta população ativa, consciente, trabalhadora e cumpridora de suas obrigações tem o direito de escolher seu governador e seus deputados federais e distritais, bem como tem o dever de manifestar sua insatisfação de forma democrática, ou seja: cobrando do seu deputado, fazendo o uso das redes sociais, indo às ruas, procurando o Ministério Público, enfim, exercendo a cidadania em sua plenitude; e se até as eleições nada deu certo, vote e tente convencer o máximo de pessoas a votar num candidato que você tenha certeza que será mais presente no seu dia a dia e da sua comunidade.
O cidadão brasiliense não pode mais conviver com denúncias de corrupção, enriquecimento ilícito, grampos, delatores, chantagistas e outros podres de uma política próxima ao totalitarismo, que rendeu até agora o título de pior governo dentre todos os estados do Brasil. (pesquisa Band/Ibope, divulg/23/12)
É cansativo viver em crise, mais ainda quando a crise é gerada por gente que faz aquela cara de paisagem, como se não fosse culpa deles. Vocês do “Novo Caminho” traíram o povo com promessas não cumpridas, usaram o resto da ‘farinha’ que estava no fundo do saco dos outros governos e cozinharam um pirão intragável, que vão ter que jogar no lixo. O ‘Chef’ tem que ser demitido, junto com o maitre e um monte de garçons.
Apesar de vocês, vamos sobreviver. Com educação e união já tivemos a oportunidade de mostrar que aqui respeitamos o pedestre. Sim, aqui os carros param nas faixas, aqui jogamos lixo no lixo, os motoristas não buzinam no trânsito e quando isso acontece por descuido, logo pedem desculpa. Os que recém chegados ainda não conhecem essas regras ao primeiro descuido logo são alertados.
Aqui você encontra bibliotecas nas paradas de ônibus(foto) e tem açougue de carnes que empresta livros; aqui se fez e faz poesia, rock, teatro, humor, cinema, notícias, heróis, mocinhos, bandidos... E também política. Brasília é uma cidade viva. Hoje, quando me perguntam onde eu moro,simplesmente respondo: eu vivo em Brasília. E isso, a cidade está mostrando, não se trata apenas de semântica...
Fonte: Blog Rádio Corredor por Odir Ribeiro
Nenhum comentário:
Postar um comentário