Campos e Marina, em visita à casa eleitoral oferecida por Edivaldo (de camisa listrada), em Osasco.
A inauguração de um comitê voluntário da campanha de Eduardo Campos
(PSB) à Presidência da República nesta segunda-feira (28) se tornou um
constrangimento para Marina Silva, vice na chapa do pessebista ao
Palácio do Planalto.
Proprietário da casa em Osasco, na Grande São Paulo, que abrigou a
estrutura, Edivaldo Manoel Sevino indicou que houve promessa de
pagamento em dinheiro em troca do apoio político, o que foi negado pela
ex-senadora.
Durante gravação feita pela equipe de Marina, que deveria ser usada nos
sites e redes sociais da campanha, Edivaldo foi questionado por um dos
assessores da ex-senadora sobre o que foi dito para convencê-lo a fazer
de sua residência uma chamada "Casa de Eduardo e Marina". "Pode falar?",
perguntou. Encorajado, disparou: "Me prometeram unzinho". E sorriu,
completando a frase com um gesto com a mão que indicava a expectativa de
receber dinheiro.
Defensora do engajamento político espontâneo e das casas "autorais",
Marina pareceu atônita ao ser informada por Nilson Oliveira, seu
assessor de imprensa, sobre a declaração de Edivaldo. "Isso é muito
grave", afirmou antes de entrar no carro e seguir para o próximo
compromisso.
Questionada momentos depois por jornalistas sobre a repercussão da
filmagem, Marina afirmou que desconhecia o fato, argumentando que a
gravação tinha sido feita, inclusive, pela sua equipe de campanha. "Não
trabalho dessa forma, nunca fizemos esse tipo de coisa e isso nem pode,
de acordo com a lei", disse Marina.
A ex-senadora afirmou ainda que havia ficado "emocionada" ao saber que
Edivaldo e sua mulher, Maria da Paixão, tinham deixado de ganhar um dia
de trabalho para recebê-la junto com Campos em casa. Logo após a
inauguração, o candidato à Presidência deixou Osasco para uma gravação
de seu programa eleitoral, e não estava presente no momento da
declaração de Edivaldo.
Segundo a ex-senadora, se houver qualquer expectativa de recebimento de
dinheiro, "essa é um expectativa frustrada". "Não tem a possibilidade
disso ter acolhimento da nossa campanha", concluiu.
Em uma comunidade do bairro Jardim Aliança, em Osasco, a casa de três
cômodos em que Edivaldo mora com a mulher e dois filhos foi escolhida,
segundo ele, por José Ângelo da Silva, conhecido como Pernambuco, para
funcionar como um ponto de apoio à campanha do PSB à Presidência. "Não
tinha espaço na minha", explicou Pernambuco.
Amigo de Edivaldo, José Ângelo da Silva diz trabalhar na campanha de
Reinaldo Mota (PSB) a deputado estadual. Mota desmente e diz que conhece
Pernambuco da campanha de 2012, quando foram candidatos a prefeito e
vereador, respectivamente. Segundo o aliado de Marina, a promessa de
dinheiro para os moradores "não procede".
A ex-senadora pediu a Mota e a sua assessoria que apure se realmente
houve alguma promessa de dinheiro para Edivaldo receber o comitê
voluntário.
Fonte: Por Marina Dias - Portal UOL.
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