Em
sabatina, presidente-candidata culpou cenário internacional por
desempenho fraco da economia brasileira. Ela também disse que houve
A presidente-candidata Dilma Rousseff em sabatina UOL/Folha/SBT/Jovem
Pan: "Minimizamos os efeitos da crise sobre a economia brasileira"
A presidente-candidata Dilma Rousseff admitiu nesta segunda-feira que o
Brasil sofre os efeitos da crise financeira internacional e afirmou que
a avaliação do então presidente Lula, que se referiu à turbulência como
"marolinha", foi equivocada. "Todos nós erramos, sabe por quê? Porque a
gente não tinha ideia do grau de descontrole que o sistema financeiro
internacional tinha atingido", disse ela. Dilma participou de sabatina
promovida pela Folha de S. Paulo, pelo UOL, SBT e pela rádio Jovem
Pan.
"Nós minimizamos os efeitos da crise sobre a economia brasileira",
disse a presidente, quando tentava explicar os números acanhados do
crescimento econômico em seu governo. Ela também afirmou que "nenhum
país se recuperou" até agora.
Mensalão – Durante a sabatina, que durou cerca de uma hora e meia,
Dilma também respondeu sobre o episódio do mensalão e, apesar de dizer
que não comenta decisões judiciais, afirmou que falta critério à
Justiça. "Nessa história da relação com o PT, tem dois pesos e umas
dezenove medidas, porque o mensalão foi investigado, agora o mensalão
mineiro, não", afirmou ela, esquecendo-se que o valerioduto mineiro foi
investigado, porém ainda não foi julgado porque o processo mudou de
instância no Judiciário. "No nosso caso, tomamos todas as providências.
Nós não tivemos nenhum processo de interromper a Justiça, não
pressionamos juiz, não falamos com procurador, não engavetamos
processo", continuou.
Ainda falando sobre corrupção, Dilma admitiu que, para atender a um
pedido do PR, trocou o ministro dos Transportes, César Borges, por Paulo
Sérgio Passos – que ela havia demitido do mesmo ministério em 2011, em
meio a denúncias de desvio de recursos. Dilma negou, entretanto, que o
episódio tenha caracterizado chantagem em troca do apoio do PR nas
eleições – e dos minutos do partido na propaganda eleitoral na TV. "Eu
me sentiria chantageada se eu colocasse no Ministério dos Transportes
uma pessoa na qual eu não confio e que não conheço", disse.
A petista também se enrolou ao comentar por que voltou a se aliar a
Carlos Lupi, demitido do cargo de ministro do Trabalho após recomendação
do Comitê de Ética Pública da própria Presidência. "Não vou concordar
em chamar o ex-ministro Lupi de um cara que fez malfeitos. O ministério
pode ter cometido falhas administrativas que vários ministérios, nem um,
nem dois, nem três...", declarou, sem completar a frase.
No final, Dilma cometeu uma gafe e tentou corrigi-la a tempo: tentando
explicar a mania de guardar dinheiro vivo em casa (152.000 reais,
segundo a declaração entregue ao Tribunal Superior Eleitoral). Ela
lembrou os tempos em que foi perseguida pela ditadura, mas não conseguiu
apresentar uma explicação convincente: "Tenho essa mania com esses meus
150.000 reais que não vou mudar". Um dos entrevistadores afirmou que,
se investisse esse montante na poupança, Dilma ganharia pelo menos
10.000 reais por ano. Dilma respondeu: "O que que é 10.000?". Segundos
depois, ela percebeu o potencial negativo da frase e emendou: "Eu acho
que 10.000 são muito, eu não jogo fora nenhum dinheiro".
Fonte: Por Gabriel Castro de Brasília - Revista VEJA.
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