Justiça
Federal no Paraná determinou nesta segunda-feira que parte da
investigação da Operação Lava Jato, da Polícia Federal, na qual o
deputado federal André Vargas
(PT/PR) é citado, seja remetida ao Supremo Tribunal Federal (STF). A
decisão foi tomada pelo juiz Sérgio Fernando Moro após constatar
˜elementos probatórios que apontam para relação entre Vargas e o doleiro
Alberto Youssef. O deputado não é investigado na operação, mas diálogos e mensagens entre os dois foram encontrados durante as investigações.
Moro
determinou também que a Polícia Federal reúna, em uma investigação
separada das provas colhidas na operação, os fatos que envolvem Vargas e
o doleiro para que a relação entre os dois seja analisada pelo Supremo.
De acordo com o juiz, a Justiça Federal não tem competência para
processar e julgar fatos envolvendo o deputado federal. A remessa ao STF
deve ocorrer em dez dias.
O
deputado André Vargas, primeiro-vice-presidente da Câmara, pediu hoje
licença da Casa pelo prazo de 60 dias para tratamento de assuntos de
interesse particular. Nesse período, ele ficará afastado tanto do cargo
de deputado quanto do de vice-presidente da Câmara."Revendo os autos,
constato que entre os diversos fatos investigados foram colhidos, em
verdadeiro fortuito de provas, elementos probatórios que apontam para
relação entre Alberto Youssef e André Vargas, deputado federal.
Prematura a afirmação de que tal relação teria natureza criminosa",
afirmou o juiz.
Também
na tarde de hoje, o Psol entrou com nova representação na Mesa. O
partido vai, ainda, entrar com ação no Ministério Público para que o
órgão investigue Vargas. O Psol pede que sejam investigadas a utilização
do avião particular por André Vargas, a relação entre ele e o doleiro e
as condutas do deputado no âmbito do Ministério da Saúde.
A
Operação Lava Jato foi desencadeada no dia 17 de fevereiro. A Polícia
Federal cumpriu 24 mandados de prisão e 15 de condução coercitiva, além
de 81 mandados de busca e apreensão em 17 cidades. Cerca de 400
policiais participaram da operação.
A
organização criminosa contava com quatro grupos, que tinham à frente
doleiros que lucravam com câmbio paralelo ilegal, mas também praticavam
crimes como tráfico de drogas, exploração e comércio ilegal de diamantes
e corrupção de agentes públicos.
Fonte: Agência Brasil.
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