BRASÍLIA -
Os depoimentos de dois presos sobre um episódio de venda de drogas no
Centro de Internamento e Reeducação (CIR), no complexo da Papuda,
levantaram suspeita sobre a existência de um café da manhã especial aos
condenados pelo mensalão. Os dois são responsáveis, no CIR, por servir a
refeição matinal nas celas. Passaram a ser investigados por
supostamente traficar drogas nessa função.
Em
audiência na 3ª Vara de Entorpecentes do Distrito Federal, no último
dia 26, Leandro Marques Domingues e Renato Cesar Reis afirmaram que os
condenados pelo mensalão recebem leite, café puro e frutas, enquanto a
massa carcerária só é servida com “todão com leite em pó e água”, nas
palavras de Leandro. O CIR é o presídio onde está o ex-ministro da Casa
Civil José Dirceu.
Os
depoimentos foram dados ao juiz Ângelo Pinheiro de Oliveira, que passou
a atuar na Vara de Entorpecentes após despachar na Vara de Execuções
Penais (VEP), responsável pela execução das penas dos mensaleiros. Os
depoimentos deverão ser enviados à VEP, que apura com o Ministério
Público do DF a concessão de regalias aos mensaleiros.
“O
café dos internos é um ‘todão’ com leite em pó e água e o café do
‘mensalão’ é café e leite puro, com uma fruta. Os demais internos não
têm fruta”, contou Leandro. Renato disse ter sido repreendido por ter se
apropriado de parte da refeição dos mensaleiros: “Os presos do mensalão
são os únicos que recebem café puro, além de duas frutas. Como preso,
também tenho direito a café".
O
coordenador-geral da Subsecretaria do Sistema Penitenciário do DF, João
Feitosa, não respondeu ao questionamento feito na segunda-feira pelo GLOBO.
Fonte: O GLOBO - Vinicius Sassine.
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