Juiz foi responsável por presos do mensalão do PT
O
Conselho Nacional de Justiça (CNJ) determinou nesta sexta-feira (4) a
suspensão da investigação preliminar aberta pela Corregedoria do
Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT) para
avaliar as ações do juiz Bruno André Silva Ribeiro na condução das execuções das penas dos condenados na Ação Penal 470, o processo do mensalão.
A decisão tomada pelo conselheiro Gilberto Martins vale até que a
corregedoria envie ao CNJ informações sobre as razões que justificaram a
abertura do processo contra o juiz. O conselheiro também pediu dados
sobre as transferências ocorridas durante os últimos dois anos na Vara
de Execuções Penais (VEP) do Distrito Federal.“Quanto à redesignação do
magistrado Bruno André da Silva Ribeiro para exercício em vara distinta
da VEP, parece-me, à primeira vista, injustificada. Contudo, não constam
dos autos o referido ato de redesignação, seus motivos, nem tampouco a
data em que ocorreu. Informações que poderiam demonstrar a pessoalidade
e, portanto, a invalidade, do ato administrativo em questão” afirmou
Martins.
O caso chegou ao STF e CNJ após o juiz ter se declarado impedido por
motivo de foro íntimo para analisar as questões relacionadas aos
condenados enquanto o processo contra ele estivesse em tramitação.
A investigação preliminar foi aberta para apurar falta disciplinar do
juiz ao solicitar informações ao governador do Distrito Federal (DF),
Agnelo Queiroz, sobre regalias concedidas aos condenados no processo do
mensalão.
Em despacho divulgado na terça-feira (1º), o presidente do STF, Joaquim
Barbosa, disse que o magistrado não cometeu nenhuma irregularidade,
apenas cumpriu o dever de zelar pelo correto cumprimento das penas. O
ministro também determinou que Bruno Ribeiro fosse mantido no cargo e
que o CNJ avaliasse o processo disciplinar.
Na mesma decisão, Barbosa determinou que as autoridades do Distrito
Federal acabem com regalias concedidas a condenados no processo do
mensalão, que estão presos em Brasília.
O presidente do STF ainda afirmou que o governador do DF, Agnelo
Queiroz (PT), não tem “disposição para determinar a apuração dos fatos
narrados”. O presidente também deu prazo de 48 horas para que Agnelo
enviasse informações sobre as supostas regalias concedidas aos
condenados no processo do mensalão, como alimentação diferenciada e
visitas especiais.
Em nota, a assessoria do governo do Distrito Federal afirmou que "não
falta ao governo disposição para apurar qualquer suposta
irregularidade".
Fonte: Gazeta do Povo.
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