Aécio Neves (centro) durante reunião da Executiva do PSDB em Brasília.
Pré-candidato à Presidência, o senador Aécio Neves
(PSDB/MG) vai convidar líderes de todos os partidos de oposição a
discutir uma estratégia de atuação em bloco para instalar uma CPI
(Comissão Parlamentar de Inquérito) e investigar a compra da refinaria
de Pasadena, no Texas (EUA), pela Petrobras.
Aécio
quer articular a reunião até terça-feira. O senador pretende envolver
siglas como o PSOL, que não se alinha com PT ou PSDB, e o PSB, que tem
seu próprio candidato ao Planalto, o governador Eduardo Campos (PE).
Em
conversa com a Folha ontem, Aécio defendeu a investigação a presidente
Dilma Rousseff, que era chefe do conselho da Petrobras na época da
compra, disse ter decidido pela aquisição da refinaria com base em um
relatório "falho". O negócio resultou em prejuízo de US$ 1,18 bilhão
para a estatal.
Mas
enquanto ele atua para convencer a oposição a defender a CPI em bloco,
expoentes do próprio PSDB tratam com reserva uma investigação
parlamentar.
Segundo
"O Estado de S. Paulo", o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso disse
anteontem que uma CPI em ano eleitoral poderia "partidarizar" a
investigação.
Ontem,
foi o ex-governador José Serra (SP) quem afirmou que a apuração não é
"imprescindível". "Se houver boa investigação do Ministério Público, já é
satisfatório", disse, durante o Congresso Estadual de Municípios, em
Campos do Jordão (SP). "No ano eleitoral, CPI pode ser complicado, mas
se for necessário, que se faça."
Para
tucanos, a posição incisiva de Aécio se justifica por ser ele o nome do
partido na disputa presidencial. O senador diz que não pretende
explorar especificamente o caso Pasadena na propaganda eleitoral, mas
que, dentro de um cenário mais amplo, é um exemplo da gestão Dilma.
"A
presidente foi eleita com base em duas premissas: a de que daria
continuidade aos resultados da economia e de que era uma boa gestora. A
economia está aí, todo mundo vê, a inflação voltou...", analisou Aécio.
Na
avaliação do tucano, a polêmica em torno da compra da refinaria de
Pasadena, somada a resultados negativos do setor elétrico "desconstroem a
imagem de gestora eficiente."
Outros adversários de Dilma - Eduardo Campos e sua provável vice, a ex-senadora Marina Silva
falaram sobre o caso. Também em Campos do Jordão, Marina disse que é
"inacreditável que se tenha tomado decisão com base em informações
incompletas e que se use a incompletude das informações para justificar
prejuízos dessa magnitude".
Ela
não se posicionou sobre CPI, apenas pediu "maturidade" ao Congresso. Em
discurso, elogiou Lula e FHC, diferenciando-os de Dilma. "Nas eleições
de 2010, escutei um debate esquisito: era uma disputa entre dois
gerentes Dilma e Serra. Eu dizia: está errado esse debate. O FHC não era
gerente, era estrategista. O Lula não era gerente, era estrategista."
Fonte: Daniela Lima, Gabriela Terenzi - Portal UOL.
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