Por Francisco de Paula Lima Júnior
Chegando
ao poder, o PT fez muita gente acreditar que eles tinham recebido uma
“herança maldita”, como também espalharam que são os criadores de tudo
de bom no Brasil “nunca antes na história desse país...”, e que teriam
resolvido todos os nossos problemas e levado a classe média “ao
paraíso”.
Vamos
ao testamento em questão: Antes da Constituição de 88 apenas 12% do PIB
era investido em ações sociais. Depois da Carta de 88, isso dobrou para
24%. Vieram os muitos planos econômicos, uns “lunáticos”, outros nem
tanto. Hiper inflação, que jovens da idade de meus filhos e até um pouco
mais velhos nem sonham o que significa, e o plano real, de FHC.
Este,
o plano, depois da longa e necessária travessia para botar no eixo um
país que nunca levou à sério as contas públicas (quem duvidar leia o
belo livro da jornalista Mirian Leitão, sob o título Saga Brasileira – a
longa luta de um povo por sua moeda, da editora Record 2011), foi o que
trouxe o país a calmaria depois da longa travessia, e que permitiu,
ainda nos governos FHC a implantação á nível nacional dos chamados
programas sociais compensatórios, através do Programa Comunidade
Solidária, da falecida primeira dama Ruth Cardoso, uma intelectual
traduzida até para o mandarim.
Ali
iniciaram a unificação de todo as ações e a criação do chamado Cadastro
Único (CÚ), já nos últimos dias dos governos de FHC. O que fez o PT foi
receber esta herança que eles alegam maldita e ampliar transformando-a
na maior máquina de produzir votos e apoios dos milhões de miseráveis do
Brasil.
Claro
que tais planos deveriam ser implantados, para isso todo um longo
trabalho foi iniciado lá em 1988, como disse acima. Mas alegar que um
belo “dote” seria maldito e fazer o uso que o PT faz dele, seria o que?
Apenas uma coisa eu não entendo: a razão pela qual os tucanos jogaram
para debaixo do tapete FHC e seus governos, permitindo ao PT se
apropriar exatamente da melhor parte disso e dizer-se o criador do que
na verdade apenas colheram e ampliaram.
Francisco
de Paula Lima Júnior – 47 anos, Jornalista e cientista político pela
UnB e professor das Faculdades Icesp / Promove de Brasília/DF.
Fonte: Odir Ribeiro.
Nenhum comentário:
Postar um comentário