Grupo Urbanistas por Brasília protesta contra o PPCub, que pode não ser votado este ano na Câmara
A Igrejinha Nossa Senhora de Fátima, na 308 Sul, foi o cenário
escolhido pelo grupo Urbanistas por Brasília para uma manifestação
contra o Plano de Preservação do Conjunto Urbanístico de Brasília
(PPCub), que estabelece normas de ocupação da área tombada da capital. A
concentração começou às 10h de ontem e, até as 15h, artistas se
revezaram em uma tenda improvisada para apresentações de música e
teatro. Quem passou pelo local pôde conversar com arquitetos,
ambientalistas e moradores de quadras próximas, além de receber material
explicativo sobre o projeto.
O Correio revelou, na última sexta-feira, que a Câmara Legislativa
admite adiar a votação do PPCub para 2014. Os principais motivos são um
impedimento judicial, a proximidade do recesso e as controvérsias sobre
as alterações propostas. O governador Agnelo Queiroz disse ontem,
durante a assinatura do projeto urbanístico do Sol Nascente, que
respeita a autonomia da Casa.
Reação
Diante da reação da sociedade civil sobre o PPCub, o governo retirou da
proposta alguns pontos polêmicos, como a ocupação do Eixo Monumental e
da orla do Lago Paranoá. No entanto, outros itens deixados no projeto
ainda provocam controvérsias, como a legalização dos puxadinhos da Asa
Norte, a criação de lotes em áreas públicas e a subdivisão de terrenos.
Devido a isso, os distritais querem empurrar o debate para o ano que
vem.
A antropóloga Jane Vilas-Boas, 55 anos, mora no DF há 15 e se mostra
indignada com o projeto. “Não tem outra palavra. Acompanhamos a disputa
entre preservar a cidade e o interesse imobiliário do lucro. O Plano
Piloto é um espaço conceitual e de cidadania, que está sendo
desfigurado”, ressalta. A arquiteta Roberta de Mesquita Rocha, 48,
também questiona as propostas colocadas em debate por meio do projeto do
PPCub. “Que plano justifica fatiar lotes e não considerar a
infraestrutura?”, questiona.
Memória - Discussão desde 2007
O PPCub está em pauta pelo menos desde dezembro de 2007, quando uma
empresa do Sul do país foi contratada para fazer um estudo a fim de
nortear a elaboração do plano. O projeto foi reenviado aos deputados
distritais em setembro deste ano com a Lei de Uso e Ocupação do Solo
(Luos). No entanto, não está certo que o PPCub seja votado até o próximo
dia 13, data que se encerram as atividades legislativas. Isso porque a
decisão do Conselho de Planejamento Territorial e Urbano do DF, que
aprovou o plano, está sendo questionada pela Justiça. Esse é um dos
motivos que podem fazer com que os deputados deixem a discussão para o
ano que vem.
Fonte: Amanda Maia - Correio Braziliense.
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