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segunda-feira, 18 de novembro de 2013

Shopping JK abre à revelia 'Paulo Octávio'

Um dos alvos do escândalo dos alvarás, centro de compras é inaugurado sem autorização da Justiça e habite-se 

Shopping JK fica numa região com mais de 600 mil habitantes. O centro abriga 170 lojas e deverá garantir 1,8 mil postos de trabalho
 
De olho em uma população que soma mais de 600 mil habitantes com poder de compra crescente, um novo empreendimento comercial abriu as portas ontem no Distrito Federal. Localizado em uma região entre Taguatinga e Ceilândia, o Shopping JK foi inaugurado como uma opção a mais de lazer e compras para os moradores, que somam um quarto da população do DF. Empreendimento das Organizações PaulOOctavio, o shopping, porém, é alvo de investigação do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) e da Polícia Civil do DF e começou a funcionar sem carta de habite-se.

Em relação à falta do habite-se, o empresário Paulo Octávio afirmou que a empresa cumpriu todas as exigências legais previstas pelo governo. “Moralmente, estamos regulares. Já demos entrada no pedido do habite-se e temos todas as vistorias aprovadas. Todos os documentários necessários já foram apresentados; o habite-se não foi emitido porque os documentos da Administração de Taguatinga foram recolhidos”, justificou, referindo-se à Operação Átrio.

Segundo investigações dos promotores e da polícia, houve irregularidades na concessão do alvará de construção do JK e de pelo menos outros cinco empreendimentos. As apurações indicam que, com uso de propinas ou de outros tipos de vantagens, empresários conseguiam a liberação em, no máximo, 15 dias, quando o prazo mínimo pode ser de 60 dias.

Entre a noite de sexta-feira e a madrugada de ontem, a juíza substituta Renata Alves de Barcelos Crispim da Silva, do Tribunal de Justiça do DF e dos Territórios (TJDFT), negou o pedido de garantia para a inauguração do JK Shopping e a devolução de documentos que estariam em posse do Ministério Público desde a Operação Átrio. A magistrada rejeitou ainda a solicitação de liberação o habite-se, em tramitação na Administração de Taguatinga. Já era madrugada quando a defesa recocrreu da decisão, mas ela foi mantida pelo desembargador Romeu Gonzaga Neiva.

O estabelecimento é o quinto do tipo pertencente ao grupo no DF. A PaulOOctavio também comanda o Brasília Shopping, o Terraço Shopping, o Shopping Iguatemi e o Taguatinga Shopping, que tem uma proposta parecida com o JK. “Mas esse estabelecimento é mais moderno, todo iluminado com LED, muita luz natural e não tem madeira. Também é um shopping ecológico”, afirmou o empresário Paulo Octávio. No total, a organização investiu R$ 400 milhões na construção que demorou três anos para ficar pronta. Outros R$ 160 milhões vieram dos lojistas, na montagem das lojas e no estoque inicial.

O principal foco do investimento é Ceilândia, cidade com mais de 440 mil habitantes e renda familiar média de R$ 2.351,83. A maior cidade do DF transformou-se em um grande canteiro de obras, com a explosão de empreendimentos tanto residenciais quanto comerciais. As chamadas classes C e D transformaram-se em alvo de interesse dos empreendedores. Durante a cerimônia de inauguração, Paulo Octávio se comprometeu a iniciar os estudos para a construção de mais um shopping no centro da cidade assim que terminarem as obras do JK.

Em abril do ano que vem, deve ficar pronta a torre de escritórios, que terá mais de 400 salas. O shopping tem 170 lojas, sendo que 73 delas começaram a funcionar ontem. O empreendimento tem 84% de locação e 110 lojas devem entrar em operação até o fim do ano. Entre as marcas que estão com contratos firmados estão a Americanas, Renner, Riachuelo, C&A, Polishop, Magic Games, McDonalds, Habib's, Giraffa's, Cacau Show, Chili Beans, Polyelle e Agittus Calçados. A expectativa é de que um milhão de pessoas circulem pelo shopping a cada mês. Além disso, são seis salas de cinema que vão evitar que os moradores de Ceilândia desloquem-se até o Taguatinga Shopping ou ao Plano Piloto. 

Empregos

A geração de empregos é outro benefício para a economia da região. Quando todo o shopping estiver em funcionamento, serão criados 1,8 mil empregos nas lojas — mais 1,2 mil pessoas devem trabalhar nos escritórios. E os empresários beneficiam a contratação de mão de obra local. Caso de Scarlet Lucena, 19 anos, moradora da expansão do Setor O. Ela trabalhou três meses em uma loja no Taguatinga Shopping e depois foi vendedora em uma banca na Feira dos Goianos. “Mas estava desempregada há uns seis meses. No shopping, os clientes respeitam muito mais os vendedores do que na feira”, conta a garota que pretende usar o salário que ganhará na loja de calçados para ajudar a mãe a pagar a faculdade dela. 

Radiografia

» R$ 560 milhões de investimento
» 121 mil metros quadrados de área construída
» 170 lojas
» 6 salas de cinema
» 6 lojas âncoras
» 2.843 vagas de estacionamento
» 1 milhão de pessoas/mês
» 1,8 mil empregos nas lojas
» 400 escritórios comerciais
(inaugurados em abril de 2014)

Fonte: Gizella Rodrigues e Almiro Marcos - Correio Braziliense

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