Alessander Capalbo |
O
Papa Francisco tem me surpreendido em todas as vezes que se manifesta
sobre algo, principalmente assuntos polêmicos, sua forma de agir e de
pregar, vem ganhando minha admiração, principalmente pela sua
simplicidade e verdade. No último dia 12 deste mês tocou num tema mais
que atual, e que para nós brasileiros se tornou corriqueiro: a
corrupção. Todos os dias as manchetes dos noticiários dos principais
jornais nos deixa perplexos com escândalos de corrupção e aproveitamento
ilícito do uso de dinheiro público.
Na sua homilia fez uma distinção muito clara entre o pecador e o corrupto:
- O pecador
afirma o papa, gostaria de poder não pecar, mas é fraco, e busca o
Senhor, pede perdão e está disposto a recomeçar, reconhecendo a sua
fraqueza e a sua dependência de viver sempre ligado a Deus (da sua
dependência a Deus).
- O corrupto
não, este tem a ideia fixa num estado de autossuficiência, não sabe o
que é humildade. Faz uma alusão lembrando-se uma passagem no Evangelho
em que Jesus dizia: “A beleza de ser sepulcros caiados, que parecem
belos, por fora, mas por dentro estão cheios de ossos mortos e de
podridão”. Quanto mal faz um corrupto para a sociedade e principalmente
para a Igreja, pois muitos administradores se declaram cristãos e
tementes a Deus.
A
administração pública deveria exercer um papel fundamental para a
preservação e defesa da dignidade da pessoa humana, como saúde,
educação, alimentação, trabalho, habitação, lazer, segurança pública,
enfim, dos direitos essenciais à própria sobrevivência da comunidade,
dando o mínimo de condições para que a dignidade possa ser realidade em
todo o ser humano.
Nos
últimos dias, confesso que me senti envergonhado com toda sujeira que
tem sido denunciada: venda de alvarás, reformas milionárias sem
licitações, influência do poder para o uso de benefício próprio... E o
que tenho escutado de várias pessoas é que no final parece que aqueles
que estão envolvidos na política se tornam farinha do mesmo saco...
Todos são iguais e corruptos.
Mas
isto não é verdade, não deveria ser verdade, pois temos que tomar muito
cuidado com aqueles que usam de falácias e discursos éticos, mas que no
fundo não apresentam nada de novo para a reconstrução da sociedade.
É
verdade que todos somos pecadores, mas temos que dar um basta àqueles
que usam do poder do mandato que lhes fora confiado para tirar benefício
próprio e sem dúvida fazem de tudo, até “vender a alma para o demônio”
para se perpetuar no poder (fazendo qualquer coisa ilícita para
novamente serem eleitos), brincando com o dinheiro público e tirando
ainda mais a dignidade das pessoas com as suas corrupções escandalosas.
Gostei
muito da afirmação do Papa Francisco que dizia assim: Muitos destes
corruptos ajudam a Igreja, ajudam as creches, ajudam os mais
necessitados, ajudam várias associações, mas com uma mão dão aos
necessitados e com a outra tiram com suas armações maquiavélicas.
Cuidado
com aqueles que se apresentam como o pai da ética, com aqueles que
vivem pregando em fazer tudo na “legalidade”, mas no fundo, como afirma o
Papa Francisco: é uma “podridão envernizada”, pois falam, usam de
discursos para comprarem as pessoas com cargos, com promessas, ou até
mesmo, aterrorizam de forma velada as pessoas que não estão do seu lado
político.
São
Paulo na sua Carta aos Romanos afirma: “Não vos conformeis com este
mundo”, ou melhor, não entremos nos esquemas deste mundo, nos parâmetros
políticos pregados por alguns. Somos chamados a dar um basta nesta
realidade, somos chamados a dizer não a corrupção, a dizer não a
política do “toma lá da cá”...
O
quadro realmente é desanimador. Vive o sofrido povo brasileiro uma
verdadeira era dos desencantos. Porém, não há como aceitar passivamente
este quadro de desolação, de descaso com a coisa pública.
Porém, não podemos perder a ESPERANÇA
de algo novo, de pessoas que não estão conformadas com este mundo, que
pregam outros parâmetros, de usar da política como forma concreta de
construir e melhorar a qualidade de vida das pessoas.
Pecadores sim... Corruptos não!!
Fonte: Blog Futuro com Esperança por Alessander Capalbo.
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