Erika Kokay |
O Conselho Distrital de Promoção e Defesa dos Direitos Humanos (CDPDDH) acaba de sofrer uma intervenção da Secretaria de Justiça do Distrito Federal, a despeito de ter autonomia garantida em lei. Em decreto publicado no Diário Oficial do DF no último dia 22, o governador Agnelo Queiroz transfere para a SEJUS a realização da Conferência Distrital de Direitos Humanos, instância responsável pela eleição dos integrantes do Conselho. A ofensiva foi concluída nesta quinta (05), com a edição da Portaria que regulamenta o decreto 34.592/2013.
Segundo o atual presidente do CDPDDH, Michel Platini, “a portaria
contraria a própria lei distrital que disciplina o conselho. Além disso,
a data e o formato da Conferência foram alterados, contrariando tudo
aquilo que já havia sido decidido pelos 32 integrantes do conselho”. A
normativa tem outras cláusulas que asseguram o controle da SEJUS sobre
Conselho, transferindo ao Secretário Executivo do órgão a
responsabilidade pela impugnação das candidaturas e garantindo ampla
maioria de servidores da SEJUS na Comissão Organizadora do evento.
Representações - “Para se ter uma ideia, o próprio Conselho só terá um
representante nessa Comissão Organizadora. Essa é uma manobra com um
objetivo muito claro de manietar o conselho, garantindo uma composição
favorável ao GDF. Ainda mais quando nós sabemos que o grande violador de
Direitos Humanos é justamente o Estado”, diz Platini, que impetrou
nesta quarta um Mandado de Segurança contra o Decreto, no Tribunal de
Justiça do DF e Territórios (TJDFT).
A deputada federal Erika Kokay (PT/DF) preparou um ofício destinado ao
secretário da Casa Civil do DF, Swedenberger Barbosa, pedindo que o
governo reconsidere a edição do decreto. “Essa situação vem ocorrendo já
há algum tempo, essas tentativas de intervenção no Conselho. Nós
inclusive já levamos esse assunto à ministra Maria do Rosário, que
reafirmou a autonomia dos Conselhos, tanto em âmbito nacional quanto
local. Esperamos que o GDF possa rever isso, porque é uma decisão
equivocada”, disse Kokay.
CDPDDH - Entre as atribuições do Conselho Distrital de DH está a
proposição e a fiscalização das políticas públicas voltadas para a área,
bem como a sugestão de sindicâncias para averiguar possíveis violações
de Direitos Humanos, inclusive cometidas por integrantes do governo. O
órgão é composto por 32 conselheiros efetivos e outros 32 suplentes.
Fonte: Portal Camara em Pauta/Ascom de Erika Kokay
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