O
ministro da Educação foi ao vice-presidente da República para propor um
plano insólito: convencer Dilma Rousseff a demitir o ministro da
Fazenda
Em encontro com o vice-presidente Michel Temer, Mercadante (à dir.) propôs plano para forçar a demissão do colega de partido e ministério Guido Mantega (à esq.) |
A meteórica queda de popularidade dos governantes não foi a única
consequência imediata dos protestos que tomaram as ruas do país há pouco
mais de um mês. Eles também desestabilizaram governos e alianças
políticas que se mantinham unidos diante da perspectiva -- cada vez mais
incerta -- de vitória nas eleições de 2014.
Na semana passada, um
graduado auxiliar da presidente Dilma Rousseff fez o seguinte
diagnóstico: “O clima no governo nunca esteve tão ruim. É um clima de
barata voa, muito fogo amigo, ministro atacando ministro, uma situação
caótica. Está todo mundo brigando com todo mundo, falando mal de todo
mundo”.
O melhor exemplo dessa atmosfera de desentendimento ocorreu na
quinta-feira 18, numa reunião entre o vice-presidente da República,
Michel Temer (PMDB), e o ministro da Educação, Aloizio Mercadante (PT).
Era para ser uma agenda de rotina, mas a conversa trilhou o caminho de
uma insólita conspiração que teve como alvo o ministro da Fazenda, Guido
Mantega, já devidamente acossado por políticos, empresários e
sindicatos devido ao desempenho pífio da economia brasileira.
Com a autoridade de quem desfila pelos gabinetes de Brasília como uma
espécie de primeiro-ministro informal de Dilma, e de quem foi
conselheiro econômico do ex-presidente Lula, Mercadante propôs o plano
para forçar a demissão de Mantega. A estratégia teria de ser posta em
prática logo, para que as mudanças ocorressem em setembro.
O alvo e o
argumento do petista foram escolhidos a dedo. O péssimo desempenho da
economia é uma das explicações para a queda vertiginosa de popularidade
de Dilma. Nesse contexto, mudar o comando da equipe econômica seria
fundamental para que a aliança PT/PMDB tenha chance de vencer a próxima
sucessão presidencial.
Fonte: Veja.com
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