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quarta-feira, 26 de junho de 2013

Nuvens sombrias no horizonte eleitoral

urna-ficha-limpa1Em reunião do Conselho de Governo do Buriti, ontem pela manhã, os presidentes de partidos da base aliada mostraram a necessidade de enfrentar a incerteza trazida, pelas manifestações de rua, para as eleições do ano que vem. A questão é saber em que medida o repúdio aos partidos hoje existentes poderá afetar o desempenho eleitoral de suas legendas. O principal complicador nem é a possibilidade de se repetir o altíssimo número de abstenções, votos nulos e brancos da eleição passada, mas de emergirem novas forças políticas, capazes de escantear as mais criticadas pelos manifestantes. 

Não, a preocupação não se refere às legendas oposicionistas tradicionais, como DEM ou PSDB, que estariam praticamente no mesmo barco das governistas, e nem mesmo à extrema esquerda, PSOL e PSTU, repudiada nas passeatas. O problema está nas forças menos identificadas com os partidos. É do conhecimento dos presidentes que a tendência, apurada em pesquisas nacionais, para apoio a candidaturas vistas como independentes – Joaquim Barbosa e Marina Silva – se acentua no Distrito Federal. Embora ainda não se disponham de dados precisos, sabe-se que tanto Joaquim Barbosa quanto Marina estão ainda mais à frente de Dilma quando se trata das intenções de voto no Distrito Federal.  O enigma está em que medida essas preferências tendem a contaminar outras eleições, como a de governador e, principal alarme para todos, de senador e deputado. 

Nesse sentido, existe um consenso. O adversário mais perigoso será Marina Silva que, ao contrário de Barbosa, deverá contar com uma legenda organizada, a Rede, que para complicar sequer utiliza o rótulo de partido. 

Os presidentes dos partidos governistas levaram um problema adicional ao Buriti. Está nos candidatos que obtiveram votações médias  nas eleições passadas. São aspirantes a mandatos parlamentares que obtiveram entre 800 e 3 mil votos nas eleições passadas. Dificilmente ampliarão em muito esse desempenho na próxima eleição, mas é provável que o mantenham. Mesmo sem chances reais de se elegerem, ajudam na soma de votos, são imprescindíveis para se atingir o quociente eleitoral e pesam até para se obter mais cadeiras. A reivindicação dos presidentes é a garantia de cargos na estrutura do GDF, para que sobrevivam até o momento de desincompatibilização e, principalmente, para que não troquem de legenda se forem deixados de lado. 

Fonte: Jornal de Brasília – Coluna do Alto da Torre – Eduardo Brito - Postado por Sandro Gianelli

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