Após
ver seu principal aliado, o PMDB, articular sua saída do governo e
preparar uma candidatura própria para 2014, o governador do Distrito
Federal, Agnelo Queiroz (PT), enfrenta problemas com a tradicional base
sindical petista de Brasília.
Um dos principais sindicatos
locais, o Sindsaúde, dos servidores da saúde, está em estado de greve e
realizou , em frente à sede do governo, uma assembleia para aprovar
paralisação total no sistema de saúde na próxima semana. Isso porque
Agnelo Queiroz apresentou um plano de carreira que contempla servidores de
ensino superior - médicos, principalmente - e deixou de lado mais de 100
categorias de ensino médio.
Desde então, o sindicato pressiona para ser recebido pelo governador,
que delega a função ao secretário de Saúde. "Temos sido tratados com
descaso pelo governo local", afirmou a presidente da entidade, Marli
Rodrigues. A reivindicação passa por isonomia na carga horária,
auxílio-saúde, reposição salarial com base nos índices da inflação e
antecipação das gratificações. "Vamos partir para uma guerra", completa
Marli.
Além da saúde, outras duas categorias do funcionalismo público do
Distrito Federal também prometem dar continuidade ao movimento grevista.
Nas últimas semanas, servidores do Departamento de Trânsito do Distrito
Federal (Detran-DF) fizeram paralisações que duraram 24 horas, mas
foram suficientes para prejudicar o atendimento à população. Estima-se
que cerca de 4,5 mil atendimentos deixaram de ser realizados nos postos
da autarquia.
O foco do problema está nos instrutores, que reivindicam maior número
de funcionários e melhores condições salariais, com reajustes de 15% e
pagamento de vale-alimentação.
Por sua vez, servidores da Companhia Energética de Brasília (CEB)
entraram em greve por tempo indeterminado na segunda-feira. A decisão já
havia sido tomada na terça-feira da semana passada durante uma
assembleia. O motivo da greve é o não pagamento da Participação dos
Lucros e Resultados (PLR) obtidos pela companhia em 2012.
Com a paralisação, apenas 30% dos servidores estão trabalhando, além de
funcionários terceirizados que entregam as contas de energia e atendem à
população.
Fonte: Por Caio Junqueira/ Valor Econômico
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