Cristovam Buarque (PDT) e Rodrigo Rollemberg (PSB) têm um grande
trunfo, se quiserem disputar o governo do DF em 2014: ambos foram
eleitos senadores em 2010 e contam com mais quatro anos de mandato, até
2018.
Tanto um como o outro, se perderem a eleição em 2014, retomam os seus
mandatos e só vão pensar em eleição quatro anos depois. Sinceramente, é
uma concorrência desleal que a lei oferece – tão desleal quanto
disputar a reeleição sem precisar se afastar do governo.
Para Cristovam ser candidato, é preciso que Reguffe, do mesmo
partido, desista de ser governador agora. É uma opção que o PDT precisa
tomar. Outra opção é não lançar nenhum dos dois, apoiando um candidato
de outro partido. Tudo isso será discutido, mas os prazos estão
encurtando. O ideal é que haja definição ainda neste semestre. Caso
contrário, os candidatos perdem diversos bondes que estarão passando nas
suas portas com ofertas tentadoras.
Cristovam, vale lembrar, foi o mais importante reitor da vida da
Universidade de Brasília, na década de 80. Em 1994, foi chamado pelo PT
para representar o partido na disputa com o grupo de Joaquim Roriz e
venceu a eleição em segundo turno, concorrendo com Valmir Campelo.
Do seu governo, a grande marca foi a Bolsa Escola, depois derivada
para bolsa de tudo no governo federal. Não posso esquecer um item do
qual participei ativamente, apoiando Cristovam, que foi a criação da
faixa de pedestre em Brasília, fato único no Brasil.
Ele foi ministro da Educação de Lula, afastando-se do presidente de
forma ruidosa, com desgaste para os dois. Cristovam já disputou a
Presidência da República, com a bandeira da educação, mas não empolgou o
eleitorado.
Numa eleição de governador em Brasília, o eterno reitor não pode ser
considerado carta fora do baralho, pois tem um discurso convincente –
porém às vezes exagerado, como na eleição de 1998, quando perdeu um
debate para Roriz por assumir um ar pretensioso.
Portanto, eis mais um nome na mesa: Cristovam Buarque.
Acho engraçado que, nesta série sobre candidatos, surgem
especulações. Houve gente que me perguntou se Reguffe ou Valmir Campelo
haviam telefonado, pedindo para serem focalizados. Na verdade, os
possíveis candidatos estão bem escondinhos, na moita, fazendo de conta
que não leem o BLOG. Quem liga é gente comum, amigos ou parceiros de
trabalho, todos vibrando com as especulações. No Brasil, a política só
perde para futebol em matéria de interesse.
Acho interessante de ver que todos os telefonemas refletem
insatisfação com o perfil feito de cada pretenso candidato. Isso porque
os textos registram valores e deficiências de cada um (e ninguém
concorda ao ler as fraquezas). Portanto, que cada um supere as suas
falhas, para podermos destacar aqui no BLOG possíveis evoluções. Por
enquanto, está todo mundo sob suspeita do eleitorado, que vive
insatisfeito com os políticos de maneira geral.
Fonte: Blog do RENATO RIELLA
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