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sábado, 23 de fevereiro de 2013

Celina Leão é agredida durante remoção truculenta no Varjão

A deputada Celina Leão (PSD) usou o comunicado de líderes, na sessão ordinária desta quinta-feira (21) para protestar contra a operação de remoção de moradores da Área de Transição da Quadra 11 do Varjão e denunciou: “Eu fui agredida pela Polícia Militar do Distrito Federal, eu sou uma parlamentar! Se nós não pudermos entrar em uma casa onde uma pessoa sofreu uma agressão podemos largar nossos mandatos aqui e fazer qualquer outra coisa.”, disse.

“Eu tenho as imagens do momento da agressão e vou mandar para todos os deputados. Quero saber se esta Casa vai se calar diante do que está acontecendo”, completa.

Para Celina Leão é inadmissível impedir uma parlamentar, que preside a Comissão de Direitos Humanos, de entrar no local no momento em que os direitos de uma comunidade estão sendo violados. Uma mulher ferida na testa com sangue escorrendo no rosto, mães separadas dos filhos por um corredor de policiais, choro, revolta, cavalaria intimidando as pessoas e spray de pimenta davam o tom da operação. “Eu quero saber qual é a orientação deste governo para um momento de tensão como este? Será que a ordem era agredir a deputada Celina Leão? Ou esse é o tratamento recomendado para toda a população do DF?”, questiona.

A Área de Transição do Varjão existe há cerca de 10 anos, as famílias foram levadas para o local pelo próprio governo com a promessa de saírem da lá para uma moradia definitiva, contudo cerca de 300 famílias terão de deixar suas casas com auxilio vulnerabilidade de 400 reais sem nenhuma garantia de que dure mais de um mês. Os moradores temem que ao deixarem suas casas recebam um ou dois meses do auxílio e depois sejam esquecidos à própria sorte, quando trabalham e tem filhos que estudam e outros estão em creches no Lago Norte, onde não se encontra aluguel neste valor, o que para a parlamentar, é a completa destruição social e econômica destas famílias.

“A remoção para local definitivo foi promessa de campanha deste governo, agora estão removendo as famílias para lugar nenhum. 90% das famílias removidas atendem aos pré-requisitos e são essas famílias que estou defendendo, porque leis são feitas para serem cumpridas, meu questionamento é a forma como foi feita a remoção. É esse o projeto de habitação do governo dos trabalhadores? Temos um espaço livre dentro do Varjão que dá para construir quase 200 unidades habitacionais, isso poderia ter sido feito para receber essas famílias, essa é sinalização de que eles ficarão desamparados, por isso estão em alerta” disse.

A deputada também denunciou que um conselheiro tutelar, que foi beneficiado com um lote há oito anos, saiu novamente na listagem da CODHAB para ser comtemplado com um terreno, segundo Celina, ele vai agradecer ao governo porque já tem sua moradia. “Olha a falta de organização, quem precisa não ganhou, mas quem já recebeu está na listagem novamente”, lamenta.

Celina lembra que o governo divulgou investimento em equipamentos de segurança para a Polícia Militar, mas no momento do confronto foi notável a vulnerabilidade dos militares, que sequer tinham escudos de proteção e acabaram usando pedaços de madeira para se protegerem das pedras atiradas pelos moradores em revide ao uso do spray de pimenta. “Foi vergonhoso o que presenciei hoje no Varjão. Vamos apurar todas denuncias de violação dos direitos humanos e acompanhar o cronograma de entrega das casa, também vamos pedir informações sobre os imóveis prontos para serem ocupados, que estão às moscas, enquanto as famílias são submetidas a este tipo de humilhação”, finaliza.

Fonte: Assessoria da Deputada Distrital Celina Leão

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