A deputada Celina Leão
(PSD) usou o comunicado de líderes, na sessão ordinária desta
quinta-feira (21) para protestar contra a operação de remoção de
moradores da Área de Transição da Quadra 11 do Varjão e denunciou: “Eu
fui agredida pela Polícia Militar do Distrito Federal, eu sou uma
parlamentar! Se nós não pudermos entrar em uma casa onde uma pessoa
sofreu uma agressão podemos largar nossos mandatos aqui e fazer qualquer
outra coisa.”, disse.
“Eu
tenho as imagens do momento da agressão e vou mandar para todos os
deputados. Quero saber se esta Casa vai se calar diante do que está
acontecendo”, completa.
Para
Celina Leão é inadmissível impedir uma parlamentar, que preside a
Comissão de Direitos Humanos, de entrar no local no momento em que os
direitos de uma comunidade estão sendo violados. Uma mulher ferida na
testa com sangue escorrendo no rosto, mães separadas dos filhos por um
corredor de policiais, choro, revolta, cavalaria intimidando as pessoas e
spray de pimenta davam o tom da operação. “Eu quero saber qual é a
orientação deste governo para um momento de tensão como este? Será que a
ordem era agredir a deputada Celina Leão? Ou esse é o tratamento
recomendado para toda a população do DF?”, questiona.
A
Área de Transição do Varjão existe há cerca de 10 anos, as famílias
foram levadas para o local pelo próprio governo com a promessa de saírem
da lá para uma moradia definitiva, contudo cerca de 300 famílias terão
de deixar suas casas com auxilio vulnerabilidade de 400 reais sem
nenhuma garantia de que dure mais de um mês. Os moradores temem que ao
deixarem suas casas recebam um ou dois meses do auxílio e depois sejam
esquecidos à própria sorte, quando trabalham e tem filhos que estudam e
outros estão em creches no Lago Norte, onde não se encontra aluguel
neste valor, o que para a parlamentar, é a completa destruição social e
econômica destas famílias.
“A
remoção para local definitivo foi promessa de campanha deste governo,
agora estão removendo as famílias para lugar nenhum. 90% das famílias
removidas atendem aos pré-requisitos e são essas famílias que estou
defendendo, porque leis são feitas para serem cumpridas, meu
questionamento é a forma como foi feita a remoção. É esse o projeto de
habitação do governo dos trabalhadores? Temos um espaço livre dentro do
Varjão que dá para construir quase 200 unidades habitacionais, isso
poderia ter sido feito para receber essas famílias, essa é sinalização
de que eles ficarão desamparados, por isso estão em alerta” disse.
A
deputada também denunciou que um conselheiro tutelar, que foi
beneficiado com um lote há oito anos, saiu novamente na listagem da
CODHAB para ser comtemplado com um terreno, segundo Celina, ele vai
agradecer ao governo porque já tem sua moradia. “Olha a falta de
organização, quem precisa não ganhou, mas quem já recebeu está na
listagem novamente”, lamenta.
Celina
lembra que o governo divulgou investimento em equipamentos de segurança
para a Polícia Militar, mas no momento do confronto foi notável a
vulnerabilidade dos militares, que sequer tinham escudos de proteção e
acabaram usando pedaços de madeira para se protegerem das pedras
atiradas pelos moradores em revide ao uso do spray de pimenta. “Foi
vergonhoso o que presenciei hoje no Varjão. Vamos apurar todas denuncias
de violação dos direitos humanos e acompanhar o cronograma de entrega
das casa, também vamos pedir informações sobre os imóveis prontos para
serem ocupados, que estão às moscas, enquanto as famílias são submetidas
a este tipo de humilhação”, finaliza.
Fonte: Assessoria da Deputada Distrital Celina Leão
Nenhum comentário:
Postar um comentário