Secretário
diz que não há caos na saúde e que problemas são pontuais. Promotor
solicitou informações a diretores de unidades e à secretaria
O Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT)
solicitou nesta terça-feira (8) informações a diretores de unidades
públicas de saúde e à Secretaria de Saúde a respeito da falta de médicos
desde o último fim de semana.
A assessoria de imprensa do MPDFT também contou que foram pedidos dados
sobre possíveis registros de ocorrência de pacientes não atendidos nas
delegacias do Gama, Santa Maria, Ceilândia, Taguatinga e Recanto das
Emas, onde o ministério identificou mais problemas.
Reportagem do DFTV de segunda-feira (7) mostrou documentos enviados por
pelo menos cinco unidades públicas de saúde à Central Integrada de
Atendimento e Despacho (Ciade) do Corpo de Bombeiros. Os comunicados
comprovam que o atendimento a pacientes foi prejudicado pela falta de
profissionais de saúde.
A Secretaria de Saúde abriu uma sindicância para apurar as faltas dos
médicos. Segundo o secretário-ajunto, Elias Miziara, o levantamento está
praticamente pronto, mas não poderá ser divulgado por uma questão de
sigilo no processo.
O promotor Diaulas Ribeiro explicou que a investigação sobre a falta de
médicos vai apurar inicialmente se houve responsabilidade individual
dos médicos.
“A falta a um plantão médico pode caracterizar uma infração individual,
pessoal, que tem repercussões criminais e administrativas. Pode ir
desde uma pena por omissão de socorro até uma improbidade
administrativa, que tem uma das sanções mais severas que se aplicam aos
servidores públicos [perda do cargo público]”, fala Ribeiro.
Para o promotor, porém, é difícil eximir o Estado de falha na gestão.
“A morte do médico pode justificar a morte do paciente que procura o
serviço público? Evidente que não. Médicos adoecem, morrem, têm
intercorrências familiares e nem por isso o paciente tem que seguir o
mesmo caminho. O Estado é impessoal, não pode gerir a saúde pública em
cima de um médico que está no atendimento do plantão.”
Elias Miziara afima que há controle e escalas na rede pública. "Nós
temos escalas. Os médicos têm de cumprir as escalas. Mas se o médico
falta sem avisar, só ficamos sabendo na hora que começa o plantão. Não
temos um médico no armário para pegar e colocar no lugar. Não se resolve
de uma hora para outra."
Pressão do Entorno
Em entrevista ao DFTV, o secretário-adjunto, Elias Miziara, afirmou que
não há caos na saúde pública do DF e que os problemas registrados desde
o fim de semana são pontuais. “Detectamos eventualmente uma dificuldade
de atendimento. É algo localizado e que pode e deve ser corrigido.”
Para Miziara, a demanda de paciente do Entorno contribui para a
dificuldade de atendimento no DF. “As cidades do Entorno hoje estão
praticamente sem médico. Tiraram os médicos e ficou toda carga do
Entorno sobre o DF. No Hran [Hospital Regional da Asa Norte] ontem
[terça-feira] tínhamos 82 pacientes internados na emergência; apenas
quatro eram do DF”, pontuou o secretário-adjunto.
Fonte: DFTV
Nenhum comentário:
Postar um comentário