Índice de Percepção da Corrupção, calculado pela ONG Transparência Internacional, compara situação em 176 países
Vassouras na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, simbolizam grito contra a corrupção
No ano em que os brasileiros finalmente viram corruptos condenados pela Justiça, com o julgamento do mensalão no
Supremo Tribunal Federal, o Brasil ficou em 69º lugar - entre 176
países - no Índice de Percepção da Corrupção. A edição deste ano do
projeto da ONG Transparência Internacional conferiu ao Brasil a nota 43,
em uma escala de 0 (mais corrupção) a 100 (menos corrupção). As
informações são da ONG Contas Abertas.
O resultado coloca o país como o terceiro mais "limpo" da América do
Sul, e compartilhando com a África do Sul a liderança das nações que
integram os Brics, países emergentes que mais crescem no mundo: Brasil,
Rússia, Índia, China e África do Sul.
Em 2012, a Transparência Internacional mudou a metodologia do índice,
por isso não é possível fazer uma comparação direta entre o resultado
atual e os dos outros anos. Nos anos anteriores, a nota final de cada
país consistia na combinação dos resultados obtidos em outros rankings
internacionais de corrupção, posteriormente ponderada em função dos
desempenhos do país em cada ranking comparados aos dos outros países
avaliados. A partir deste ano, a etapa da ponderação foi eliminada e,
agora, as notas do índice são calculadas apenas a partir das notas dos
outros rankings.
Brasil no ranking da corrupção
2006Nota 3,3 (70º lugar)
2007
Nota 3,5 (75º lugar)
2008
Nota 3,5 (80º lugar)
2009
Nota 3,7 (75º lugar)
2010
Nota 3,7 (69º lugar)
2011
Nota 3,8 (73º lugar)
2011
Nota 4,3 (69º lugar)
Fonte: Transparência Internacional
A 69ª posição coloca o Brasil empatado com a Macedônia e a África do
Sul. No Índice 2012, a China obteve 39 pontos (80ª posição), a Índia
ganhou 36 (94ª) e a Rússia ficou com 28 (133ª).
Uma colocação à frente da posição brasileira, com a nota 44,
encontram-se Kuwait, Romênia e Arábia Saudita. Logo atrás, com nota 42,
vêm Bósnia, Itália e São Tomé e Príncipe.
Já entre os vizinhos de continente, o Brasil posicionou-se como o
terceiro melhor, perdendo para Chile e Uruguai (72 pontos cada,
dividindo a 20ª posição), que tradicionalmente lideram a América do Sul
no índice. Atrás do Brasil ficaram, pela ordem: Peru (38 pontos, 83ª
posição), Colômbia (36, 94ª), Argentina (35, 102ª), Bolívia (34, 105ª),
Equador (32, 118ª), Paraguai (25, 150ª) e Venezuela (19, 165ª).
No dia 19 de novembro, o Brasil ganhou destaque na página oficial da
Transparência Internacional, que publicou um texto a respeito do
julgamento do mensalão e suas repercussões. Para a ONG, o acontecimento
significa que “o Brasil está colocando a luta contra a corrupção no topo
da agenda”. O texto citou também as recentes Lei da Ficha Limpa e Lei
de Acesso à Informação, e alertou que, apesar das condenações inéditas,
“ninguém se entrega à ilusão de que o problema da corrupção tenha sido
resolvido”.
Resultados gerais - O Índice de Percepção da Corrupção
2012 avaliou 176 países. No topo da lista houve um empate triplo:
Dinamarca, Finlândia e Nova Zelândia dividiram a primeira posição, com
90 pontos cada. A lanterna também foi compartilhada por um trio de
nações: Afeganistão, Coreia do Norte e Somália, cada um com oito pontos.
Apenas 53 países avaliados alcançaram nota superior a 50, que é
exatamente a metade da pontuação máxima. A nota média, se computados
todos os avaliados, ficou em aproximadamente 43,3 pontos – ou seja, o
Brasil conquistou nota ligeiramente abaixo da média internacional de
percepção da corrupção.
No continente americano como um todo, o país com melhor desempenho foi o
Canadá (84 pontos, 9ª posição) e o pior foi a Venezuela (19, 165ª).
Dinamarca e Finlândia (90 pontos, líderes) são os melhores países
europeus, e os piores são Turcomenistão e Uzbequistão (17, 170ª). A
Botsuana (65, 30ª) lidera os países africanos, enquanto o pior deles é a
Somália (8, 174ª).
Já na Ásia, a lista começa com Cingapura (87, 5ª) e termina com
Afeganistão e Coreia do Norte (8 cada, empatados na 174ª posição). Por
fim, entre os países da Oceania, o melhor é a Nova Zelândia (90, 1ª), e o
pior é Papua Nova Guiné (25, 150ª).
O índice - Criado em 1995, o Índice de Percepção da
Corrupção é uma projeto anual da ONG Transparência Internacional que
classifica os países de acordo com o nível de corrupção que se percebe
nos governos de cada um. O índice é montado combinando-se pesquisas
internacionais de diversas entidades especializadas no setor.
Segundo a Transparência Internacional, escolheu-se montar uma
classificação subjetiva, baseada em níveis percebidos e aparentes,
porque a corrupção é uma prática que não deixa dados empíricos sólidos
para serem analisados.
A partir de 2012, a fórmula para a construção do ranking do Índice
passou a ser simplificada e a usar, para cada país, dados apenas do ano
corrente. De acordo com a ONG, essa nova metodologia refletirá melhor as
transformações de cada país na luta contra a corrupção e também
permitirá comparações ano-a-ano mais claras e diretas.
O mapa da corrupção da Transparência Internacional: quanto mais vermelho, pior
Brasil melhorou desempenho em relação ao ano passado, mas segue na 'zona vermelha', na 69ª posição
Fonte: Veja
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