Acusado de comandar esquema de exploração do jogo ilegal, empresário conta com amplo leque de relações políticas, indica a investigação da PF
As escutas telefônicas da Operação Monte Carlo revelam que o empresário Carlinhos Cachoeira (foto) conta com ampla rede de relacionamentos no tabuleiro político.
Acusado de comandar um esquema de exploração de jogos ilegais e denunciado pelo Ministério Público por corrupção, Cachoeira — preso desde 29 de fevereiro — demonstra ter penetração no governo de Goiás e no Congresso, onde conta com um time de interlocutores. …
Entre eles, o senador Demóstenes Torres (DEM/GO), o líder do PTB na Câmara, Jovair Arantes (PTB/GO), o deputado Stepan Nercessian (PPS/RJ) e o deputado Carlos Alberto Leréia (PSDB/GO).
“Sou amigo de Cachoeira. Não vou renegá-lo agora. Quando o conheci, a empresa dele administrava o jogo em Goiás. Depois, cheguei a pensar que estivesse só na área farmacêutica. Mas sabia, sim, que uma atividade era o jogo”, disse Nercessian, para quem “Cachoeira é uma amigo muito agradável”.
Além das relações políticas, os ramos de atividade de Cachoeira parecem ser mais amplos do que se supunha.
Em grampos feitos pela Polícia Federal, ele indica que uma das 11 empresas do seu grupo não pode ser vendida por menos de R$ 100 milhões”, enquanto apenas um de seus nove imóveis “vale uns R$ 4,5 milhões”.
Ele atua também nos setores farmacêutico, de advocacia, de construção, de segurança e de comunicação.
“A família dele mexe com muita coisa: medicamentos, rádios, escolas e construtora”, afirma Leréia, amigo declarado de Cachoeira, flagrado nos grampos da Polícia Federal.
Segundo a PF, Cachoeira controla também uma indústria farmacêutica, a Vitapan, que ele avaliava em R$ 120 milhões em maio passado. Já o Instituto de Ciência Farmacêutica de Estudos e Pesquisas tem entre os associados grandes laboratórios.
A negociação para a venda da Vitapan, registrada no nome da ex-mulher e do irmão foi interceptada: “Não vamos vender menos, não. Menos de cem, não”, afirmou Cachoeira ao saber de uma oferta de R$ 80 milhões pelo negócio.
Por Catia Seabra / Fernando Mello
Fonte: Jornal Folha de São Paulo
Blog do Donny Silva
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