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quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Onofre de Moraes não vai me calar e muito menos me desmoralizar - Parte II

A partir de hoje, vou apresentar a todos quem é Onofre de Moraes, diretor-geral da Polícia Civil do Distrito Federal


Ontem, na entrevista concedida ao Correio Braziliense, ele me desafiou a provar o que eu disse. Então vamos aos fatos.

Passadas as eleições e com a posse de Agnelo, o doutor Onofre passou a frequentar a minha casa de forma constante, diariamente e em muitas ocasiões, participava de conversas entre eu e outros amigos. Na época, ele estava muito indignado com a indicação da Dra. Mailine Alvarenga para a Direção-Geral da PCDF. Reclamava por ter trabalhado para eleger Agnelo Queiroz e não ser reconhecido.

Achava-se injustiçado, reclamava da falta de compromisso do atual governador, já que esperava ver realizado seu antigo sonho de ser diretor geral da Polícia Civil.

Eu já naquela ocasião também questionava sobre tudo o que ocorria na área de saúde e denunciava aqui em meu blog. Por outro lado, tentava receber faturas de serviços prestados ao GDF no governo anterior, mas tinha muita dificuldade.

Certo dia, depois de ouvir minhas reclamações sobre essas notas “esquecidas” pelo governo atual, o delegado Onofre propôs me ajudar. Outras pessoas já haviam tentado antes intermediar o pagamento pelo trabalho já prestado, mas sempre houve muita dificuldade e o GDF nunca pagava.

Naquela altura, cresciam as denúncias sobre a situação da saúde pública do DF e ele sonhava em assumir a principal cadeira da Polícia Civil.

Eu ainda me preocupava com o surgimento da suposta acusação de pedofilia contra Durval Barbosa e Onofre, por diversas vezes, comentou que tal denúncia contra Durval partira de um grupo que objetivava desestabilizar as investigações da Caixa de Pandora. Mesmo assim, sempre aconselhou para que eu me afastasse de Durval.

Enquanto isso Onofre fomentava a queda da Dra. Mailine e prometia, que caso ele chegasse à Direção-Geral, iria mudar muitos conceitos na PCDF e pedia a minha ajuda.

Eu tentava receber as faturas do GDF, mas o governo não pagava, como até hoje não pagou.

Certo dia, Onofre pediu explicações sobre os meus créditos e o por quê de eu denunciar tanto a saúde pública do DF. Expliquei tudo. Sobre as denúncias na rede pública, eram em função dos desmontes que estavam sendo feitos, dentre eles o fornecimento do PKU, espécie de leite para alimentar crianças que nascem com fenilcetonúria, doença que cria resistência do organismo à lactose.Também me indignava com o descaso no tratamento dos hemofílicos no DF, que já foi referência mundial.

Foi então que Dr. Onofre me fez uma primeira proposta para “resolver” meu problema, mas me impôs uma condição: “blindar” o atual secretário de Saúde, Rafael Barbosa. “Não mate a galinha dos ovos de ouro”, dizia ele.

Naquele momento, me senti surpreso, pois não sabia da proximidade dele (Onofre) com Rafael Barbosa. Após, descobri que há e não é pequena.

Certa vez, reforçou o pedido a favor de Rafael. Pediu-me para “pegar leve com o secretário”, pois, segundo Onofre, Rafael estaria com um problema de ordem familiar e estava vivendo um momento “muito ruim”.

Naqueles dias, vivíamos notícias de planos para interferir e provocar a queda da delação premiada de Durval Barbosa, que todos sabem que foi intermediada por mim junto às autoridades competentes. As notícias de bastidores davam conta que seriam vazados para a imprensa dossiês contra Durval e que, entre outros, ele seria exposto como pedófilo.

Onofre só se preocupava com três coisas: a queda de Mailine Alvarenga, resolver minha pendência financeira com o governo local e falar mal de Agnelo Queiroz, por vezes diante de outras pessoas.

Em sua entrevista de ontem ao Correio Braziliense, Onofre diz que “mandei na polícia”. Em nenhum momento fiz qualquer pedido para ele ou para qualquer integrante da Polícia Civil para que interferisse em “investigações” da polícia, nem neste caso ou em outro qualquer.

Naquele momento, sendo conhecedor do que acontecia para desmoralizar as investigações da Pandora e desmoralizar o inquérito 650, prestei depoimento ao Ministério Público do Distrito Federal, e não divulguei a ninguém.

Onofre tenta a todo custo a minha desmoralização. Não vai conseguir. Eu vou até o fim. A sua entrevista concedida ao Correio Braziliense me acusando de práticas como se eu fosse um bandido, não me intimidará.

Não temo qualquer tipo de exposição na mídia. Quem escolhe enfrentar os poderosos tem que saber que estará sujeito a este tipo de retaliação.

Dizer que não me fez proposta não tem o menor cabimento, tanto que chegou a me oferecer que, chegando à direção geral da PCDF, ele reuniria um grupo de empresários para “me ajudar”.

Já que há tantas dúvidas quanto a existência de gravação, digo que não é gravação. São gravações e hoje estou tornando público a primeira. Nela aparecem além de Onofre e do doutor Mauro Cezar, um empresário que diz ter adquirido o terreno onde hoje se encontra a Feira do Paraguai e que pretendia denunciar pela imprensa uma possível irregularidade na Terracap, ficando claro que além de não cobrar pela divulgação dos fatos, desautorizei qualquer tipo de negociação por quem quer que seja. Após a saída do empresário, continuamos a conversa sobre diversos assuntos.

Quanto ao boato de possível busca e apreensão em minha residência, tenho a dizer que eu seria muito bobo se deixasse os conteúdos das minhas denúncias e investigações jornalísticas em minha casa.

Sobre o conteúdo alegado em sua entrevista no Correio Braziliense, solicitarei ao jornal e provarei para a opinião pública não serem verdadeiras as informações constantes da "entrevista", e que o veículo foi usado por uma pessoa com o cargo de diretor de uma instituição que é considerada a melhor do Brasil.

Esta gravação é de apenas uma das visitas que recebi do doutor Onofre, outras gravações serão postadas. Sei que será cansativo ouvir e ver até o final, mas somente assim a sociedade entenderá o que me levou ao extremo ao gravar tais conversas.

Devo informar aos leitores que os cortes que serão verificados foram necessários por conterem palavras de baixo calão. Contudo o original já foi entregue às autoridades competentes.

A honra das pessoas que me cercam, e muito menos a minha, será jogada na lama por quem quer que seja.

 
Fonte: Edson Sombra

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