Polícia já paralisou serviços há mais de um mês, e agentes dos centros de internação de adolescentes vão aderir
Para tentar preservar o mandato, governador Agnelo convocou seus secretários para exigir mais resultados.
O governador Agnelo Queiroz (PT) enfrenta uma crise política e institucional, com greves e protestos que comprometem serviços básicos e fecham ruas de Brasília.
Ontem, a aliança que elegeu governador teve o primeiro revés. Pressionado pelo Diretório Nacional do PPS, que faz oposição ao governo de Dilma, o secretário de Justiça do DF, Alírio Neto, decidiu se afastar do cargo por pelo menos 30 dias.
Ainda ontem, moradores da periferia de Brasília fecharam por cinco horas, com pneus queimados, uma rodovia que dá acesso a cidade. Os manifestantes pediam um melhor transporte público.
A situação mais grave é na segurança, com a Polícia Civil em greve há mais de um mês. Só há atendimento de emergência, com efetivo de agentes reduzido.
A Justiça considerou a greve ilegal, e a OAB-DF (Ordem dos Advogados do Brasil), em nota, criticou a "incapacidade de negociação até agora demonstrada pelo governo".
A crise deve se agravar no domingo, quando os agentes dos centros de internação de adolescentes infratores também entrarão em greve.
Na saúde, alguns hospitais acumulam filas de espera de até 14 horas. Os enfermeiros estavam em greve até a semana passada e só realizavam atendimentos de emergência.
Ontem os eletricitários voltaram a trabalhar após 21 dias em greve. Na educação, a greve já está com data marcada: março do ano que vem, logo após as aulas recomeçarem.
Agnelo é investigado no Superior Tribunal de Justiça por supostos desvios de dinheiro ocorridos quando ele era ministro do Esporte.
Dos tempos em que ele era diretor da Anvisa (Agência de Vigilância Sanitária), Agnelo viu ser aberta uma sindicância no órgão porque ele liberou a documentação de uma farmacêutica no mesmo dia em que recebeu R$ 5.000 de um lobista da empresa, conforme a Folha revelou.
Fonte: Jornal Folha de São Paulo
Blog do Edson Sombra
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