Secretário de Justiça do GDF foi acusado por Durval Barbosa de receber 40% da propina paga por empresas de informática
Brasília247 - O secretário de Justiça e Cidadania do governo do Distrito Federal, deputado distrital Alírio Neto (PPS), está sendo investigado pela Corregedoria da Polícia Civil, mas, segundo informações não oficiais, o inquérito 070 está parado por ordens superiores. Está na "geladeira", no jargão policial. Alírio Neto, que é delegado da Polícia Civil, foi acusado pelo também delegado Durval Barbosa de ter recebido propinas no governo de José Roberto Arruda.
SECRETÁRIO DE JUSTIÇA ALÍRIO NETO |
Durval, que mediante delação premiada desencadeou a Operação Caixa de Pandora e o Inquérito 650, que tramita sigilosamente no Superior Tribunal de Justiça, prestou dois depoimentos a uma comissão de processo administrativo constituída pela Secretaria de Transparência e Controle do Distrito Federal.
DURVAL BARBOSA |
Nos depoimentos, Durval Barbosa diz que existiam na Secretaria de Justiça, Direitos Humanos e Cidadania, chefiada por Alírio Neto no governo de Arruda e ainda sob seu comando, no governo atual, dois contratos na área de informática que rendiam 10% "a título de propina". O próprio Durval controlava a arrecadação do dinheiro e sua distribuição.
Segundo ele, o policial aposentado Marcelo Toledo recolhia o dinheiro e 40% ficavam "para a Secretaria contratante", de Alírio. Os restantes 60% eram assim divididos: 40% para o então governador Arruda, 30% para o vice-governador Paulo Octávio, 10% para Maciel (presume-se que seja o secretário José Geraldo Maciel), 10% para o assessor de imprensa de Arruda, Omézio Pontes, e 10% "retido para despesas imediatas".
SECRETÁRIO DE JUSTIÇA ALÍRIO NETO |
Alírio Neto, de acordo com o depoimento, recebia 40% "entregues em mão e em espécie por Marcelo Toledo ao próprio Alírio ou às pessoas por ele indicadas, como o policial Aguinaldo (talvez delegado) e na maioria das vezes ao policial, cujo nome não se recorda, conhecido pela alcunha de "Leãozinho".
O secretário de Transparência, Carlos Higino, disse que não encaminhou investigação contra Alírio à Secretaria de Segurança Pública, mas confirma que enviou, na íntegra, os depoimentos de Durval Barbosa à Polícia Civil. De acordo com Higino, os policiais civis são regulados por legislação específica. Por isso, só podem ser investigados dentro da própria instituição.
O secretário de Justiça Alírio Neto foi informado pela reportagem sobre os depoimentos, mas não retornou as ligações.
Fonte: Brasília 247 - 26 do Agosto de 2011 às 16:55.
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