SECRETÁRIO DE JUSTIÇA ALÍRIO NETO E O SECRETÁRIO DE TRANSPARÊNCIA CARLOS HIGINO |
Deputado e secretário de Justiça, porém, está respondendo a procedimento aberto na Corregedoria da Polícia Civil sob número 070. Diretor-geral da corporação no governo de Arruda também é acusado. Carlos Higino disse que 15 servidores públicos estão sendo processados pelos desdobramentos da Caixa de Pandora
Brasília247 - A assessoria de imprensa da Secretaria de Justiça e Cidadania nega que o secretário Alírio Neto esteja sendo investigado pela Polícia Civil, ou que responda a algum processo. Segundo a assessoria, todas as acusações feitas por Durval Barbosa a Alírio são imprecisas e ele nunca foi notificado pela Justiça, nem pela Polícia Civil.
Alírio pode não ter sido notificado, porque a investigação estaria parada "por ordens superiores", mas seguramente sabe que há um procedimento aberto na Corregedoria da Polícia Civil, com o número 070. São investigados ele, o ex-diretor-geral Cléber Monteiro e dois agentes policiais, citados por Durval Barbosa em depoimentos.
Os depoimentos prestados por Durval Barbosa à comissão de processo administrativo da Secretaria de Transparência são bastante enfáticos e detalhados quanto à participação do secretário Alírio Neto, que é deputado distrital, no esquema de propinas que funcionou durante o governo de José Roberto Arruda.
Trecho literal: "Que com relação aos recursos advindos dos contratos da Polícia Civil Alírio administrava junto com Kleber (sic) Monteiro e "Leãozinho", fatos esses ditos pelo próprio Alírio ao Declarante". Cléber Monteiro era o diretor-geral da Polícia Civil, Leãozinho é um agente policial e o declarante é Durval.
Durval contou à comissão que certa vez, na residência oficial de Águas Claras, Alírio lhe pediu ajuda para "receber propina do contrato da empresa Dinâmica, de propriedade de Eliana Pedrosa, deputada distrital".
Segundo o depoimento, tempos depois Durval recebeu Alírio em seu gabinete, "quando este mais uma vez cobrou providências em relação às faturas recebidas pela Dinâmica, dizendo ele (Alírio) que a empresa recebia 500 mil por mês e a mulher (Eliana Pedrosa) não se explicava, proferindo frases de forma jocosa".
Em outro trecho, Durval relata que, também em Águas Claras, Alírio lhe pediu que "cuidasse bem do projeto Afis" e perguntou como ficaria a situação de Cléber Monteiro, que estava ao seu lado. Diz Durval: "Que Alírio abraçou Cléber e falou tratar-se de um irmão e que todo dinheiro que pegava relacionado à Polícia Civil dividia irmamente com ele".
A comissão da Secretaria de Transparência que ouviu Durval é integrada pelos servidores Naice Landim Teixeirense Dematte, Gustavo Jorge Nogueira Veloso e Vadjô Salvino Sousa. Os depoimentos foram prestados nos dias 19 e 26 de abril, na Promotoria Pública do Paranoá.
O secretário da Transparência, Carlos Higino, disse que a comissão só deverá encerrar seus trabalhos no início de 2012. Cerca de 15 funcionários do GDF estão sendo processados por envolvimento no esquema que ficou conhecido como Caixa de Pandora. Todos têm direito de defesa e podem receber penas de advertência, suspensão e demissão do serviço público.
Fonte: Brasília 247 - 26 do Agosto de 2011 às 16:54.
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