Gov. Rollemberg
Nunca
fui contra o carnaval. Pelo contrário, além de entender a sua
importância cultural, já brinquei e bastante em várias regiões do país
quando tinha tempo, fôlego e idade para tal. Ainda acho uma bela festa e
tudo mais de bom que se costuma afirmar sobre o evento, menos que seja
uma “festa popular”. Há décadas que perdeu este status sendo
transformada em uma bela, mas riquíssima festa que movimenta bilhões de
reias por todo o país. Ou seja, é tudo menos “popular” na concepção em
que insistem seus organizadores e associados. Desde os banqueiros do
bicho, que construíram o belíssimo espetáculo do Rio de Janeiro aos
presidentes de escolas de samba desligados deste segmento de nossa
economia, e que mesmo sem este mantém o “show funcionando”. Apenas para
que o leitor entenda o que afirmo: ponha na ponta do lápis qualquer
possibilidade sua em comparecer à “festa popular” e verás que ela de
“popular” não tem nada.
Também
por disso, nunca compartilhei da ideia de governos botarem um centavo
que sequer no evento. Já bastam os gastos com segurança, saúde e outros,
que não são poucos. Vários prefeitos e governadores da atual gestão se
negaram a continuar “bancando” com o dinheiro público as comemorações de
momo. Seja por posicionamento pessoal, ou por força das dificuldades em
que encontrou o nosso Distrito Federal, o governador Rodrigo Rollemberg
seguiu nessa linha. Corajosamente, disse que o GDF não tem dinheiro
para tal. E não tem mesmo! Corajosamente, pois essa decisão do
governador já lhe rende e continuará rendendo muitas críticas,
principalmente dos organizadores do evento e dos membros das escolas de
samba.
Antes tarde do que nunca
Ora,
não é porque faz parte de nossa cultura o Estado ser o “pai de todas as
horas”, que não podemos evoluir e mudá-la. Um dos principais “ralos”
por onde desce imensa parte de nossas riquezas é exatamente o da
generosidade estatal. O Estado que não pode continuar socorrendo
empresários incompetentes, perdulários e corruptos, não pode, também,
continuar bancando um negocio bilionário em que se transformou o
carnaval em todo o Brasil. Que fique claro: louvo a força poderosa da
indústria do carnaval e sugiro que seus “executivos” tirem as suas
“máscaras” e passem a agir como tais.
Parabéns
a todos os gestores que se negaram a “investir” dinheiro público no
carnaval. E, em especial, a um que sempre foi um festeiro, mas que
mostrou responsabilidade com o dinheiro público: parabéns governador
Rodrigo Rollemberg, o brincante responsável!
Fonte:
Francisco Lima Jr.(48), Jornalista, Cientista Político pela UnB,
Professor de Jornalismo nas Faculdades Icesp/DF, titular do
www.blogdoprofessorchico.com.br e Presidente da Associação Brasiliense
dos Blogueiros de Política (ABBP). fpaulalj@gmail.com
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