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terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

Ponto de vista: Quem avança primeiro, Dilma ou os apoiadores do impeachment?

Para a cientista política Argelina Figueiredo, falta uma oposição com coragem de pedir a saída da presidente. E à Dilma, diálogo para evitar a queda

Enquanto Dilma Rousseff patina na comunicação das ações de seu segundo mandato, o cenário para o impeachment se constrói paulatinamente. Economia mal das pernas, queda na taxa de popularidade, casos de corrupção reportados por uma mídia comprometida em martelar diariamente o partido da presidente, crise com os aliados no Congresso e um escândalo do tamanho da Petrobras para ser gerido.

Se a deposição vai ou não, de fato, acontecer, não é possível afirmar ainda. “Por enquanto, é só boato”, avalia a cientista política Argelina Cheibub Figueiredo, da UERJ. Mas a inércia de Dilma preocupa, especialmente porque as condições para o impeachment estão aí. “Tem uma conjuntura, mas não para na economia, na pesquisa sobre popularidade ou na relação com o Congresso. Para as coisas caminharem, falta alguém da oposição assumir publicamente esse pedido. Ninguém pede impeachment abertamente, mas, para acontecer, bastam fatos novos.”


Nesse quadro, Dilma parece refém da Operação Lava Jato. No aguardo que os inquéritos cheguem ao Supremo Tribunal Federal para que, com sorte, todos vejam que não é o PT, mas uma série de partidos de todas as cores implicados no caso Petrobras.

Na Lava Jato e na tomada de decisões duras, com forte impacto sobre o cotidiano da população, Dilma não tem demonstrado, nesse início de governo, nenhuma estratégia de comunicação que defenda seus planos ou ao menos os expliquem diretamente ao cidadão que lhe depositou um voto de confiança.

“A comunicação do governo é importante para a popularidade, porque a oposição já tem espaço nos jornais. É o governo que precisa melhorar isso, sem que isso signifique se colocar de joelhos perante a base ou aliados no Congresso. O governo precisa mostrar para a população qual o problema e o que está sendo feito. [Dilma precisa] Evitar que movimentos de insatisfação comecem a surgir”, disse Argelina.

Quem sai ganhando?

Em entrevista ao GGN, o senador Roberto Requião (PMDB) disse que não acredita que o impeachment tenha vida fácil no Congresso, agora que o desafeto do Planalto, Eduardo Cunha, preside a Casa. Para Requião, Cunha tem pretensão de ser candidato a presidente da República em 2018 e, entregar o impeachment de bandeja para a oposição, agora, seria favorecer o PSDB.

“Por que o PSDB seria beneficiado? Pela disputa em quatro anos? Acho que depende de tanta coisa!”, observou a cientista política Argelina Figueiredo. “Se tudo ocorrer como ocorreu no impeachment do Collor, o que vai acontecer é o vice-presidente Michel Temer governando, o PMDB governando. Não sei dizer se um governo Dilma ou Temer vai fazer diferença para o PSDB”, disse.

“O que sei é que vemos até nos estudos sobre impeachment na América Latina isso. Início de greves, insatisfação com medidas impopulares e movimentos nas ruas antecedem o impeachment. Essa força também influencia [o clima de golpe no governo] e vai influenciar, inclusive, a tomada de decisão da oposição para demandar o impeachment.” Daí a importância da comunicação.

Cabe imaginar, então, quem vai avançar primeiro: Dilma, para evitar a tragédia anunciada contra seu próprio governo, ou a oposição, fomentando a insatisfação popular – o principal ingrediente para o golpe.

Fonte: Por Cíntia Alves, Luiz Nassif / Jornal GGN.

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