Entendo quando afirmam, e nem pretendo discutir aqui, que o governo eleito e que terá início em 1º de janeiro, poderá não ser o melhor para Brasília
Desde o anúncio do resultado do segundo turno das eleições em nosso DF, tomou conta da nossa imprensa e, especial dos blogs (este espaço em franco crescimento pela sua competência e importância), notícias do tipo: partido tal se acha mais importante e “dono” de parte significativa do próximo governo, por determinado motivo; lideranças A e B se acham no direito de indicar tais e tais secretários, pois somaram com quantidade X de votos com a sua legenda; Câmara Legislativa engessa o próximo governo; distritais reclamam cargos; administrações regionais servirão para acalmar parlamentares; atual governo deixa rombo de 3,8 bilhões e algumas “armadilhas” para seu sucessor; e por aí vai.
Tudo isso seria normal em uma democracia representativa e que exige os chamados governos de coalizão, como no caso do Brasil. SERIA, se vivêssemos em nosso DF um cenário político de normalidade.
Estamos bem longe disso há cerca de seis anos, pelo menos. Desta época para cá, tivemos membros do MP chantageando o então governador. Este, mesmo com a aprovação da maioria da população, tendo sido preso e promovendo uma verdadeira batalha, hora judicial, hora pessoal com as instancias da justiça; um governo de apenas cem dias, onde o titular fez o possível dentro das muitas limitações, entre elas a de não poder assinar novos contratos; um governo eleito com a promessa de tirar o nosso “quadrado” do buraco, pela proximidade com o governo federal (nem preciso citar aqui como está terminando este governo); entre outras tantas mazelas que se abateram sobre o nosso DF e Entorno.
Entendo quando afirmam, e nem pretendo discutir aqui, que o governo eleito e que terá início em 1º de janeiro, poderá não ser o melhor para Brasília, que tem muitas fragilidades por isso e aquilo, – entre tantas outras afirmações que os “futurólogos” de plantão costumam fazer -, mas não podemos esquecer um instante sequer, que foi o governo eleito pela maioria dos votantes, como manda o regime democrático.
Portanto, mais importante que ficar fazendo barganhas, chantagens, beicinhos e todo tipo de premonições, é apoiar o governo que terá início semana que vem. Se não em respeito a ele, mas aos eleitores que o elegeram. Afinal, estamos no mesmo barco.
Enfim, boquinhas e chantagens contra o governo eleito são, na verdade, contra o DF e o Entorno.
Francisco Lima Jr.(47) é Jornalista, Cientista Político pela UnB, professor de Jornalismo nas Faculdades Icesp/DF e blogueiro.
Fonte: Diário do Poder.
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