VEJA mostrou que condenado no mensalão também fez parte de operação montada para poupar a cúpula do PT no caso Celso Daniel.
Enivaldo Quadrado (à direita), o chantagista, é pago pelo PT para
manter em segredo o golpe que resultou no desvio de 6 milhões de reais
da Petrobras, em outro caso de chantagem que envolve o ministro Gilberto
Carvalho, o mensaleiro José Dirceu e o ex-presidente Lula
O PPS vai pressionar os integrantes da CPI da Petrobras para convocarem
Enivaldo Quadrado, condenado no processo do mensalão e que também tem
ligações com o esquema do doleiro Alberto Yousseff. VEJA revelou que ele
chantageou de forma bem sucedida o PT para omitir a ligação do
partido com a trama criminosa que precedeu a morte do então prefeito de
Santo André Celso Daniel.
Quadrado recebeu dinheiro do PT para que não entregasse à Polícia
Federal informações sobre outra chantagem: o pagamento de 6 milhões de
reais ao empresário Ronan Maria Pinto, investigado por integrar uma
máfia incrustada na prefeitura petista. O depoimento de Ronan tinha o
potencial de arrastar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o
ministro Gilberto Carvalho e o ex-ministro José Dirceu para o caso. O
empresário ameaçava delatar a existência de um esquema de cobrança de
propina que teria funcionado com o aval do comando nacional do PT.
Os 6 milhões de reais foram movimentados por meio de um contrato de
empréstimo entre a empresa 2S, do publicitário Marcos Valério, e a
Expresso Nova Santo André, de Ronan Maria Pinto cuja convocação pela
CPI o PPS também pede. Quadrado participou da trama ao contratar uma
empresa que agiu de intermediária na negociação.
A CPI vai se reunir nesta semana para ouvir Paulo Roberto Costa,
ex-diretor da Petrobras e delator do amplo esquema de corrupção que
beneficiou parlamentares. "O ideal seria aprovar um novo pacote de
requerimentos já na próxima quarta-feira, quando a comissão se reúne
para ouvir Paulo Roberto Costa", diz o líder do PPS na Câmara, Rubens
Bueno (PR).
Fonte: Por Gabriel Castro - Revista VEJA
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