Os 21% de intenção de votos dados a Marina Silva (PSB) na primeira pesquisa Datafolha
que incluiu seu nome após a morte de Eduardo Campos deram a PT e PSDB a
certeza de que um segundo turno é inevitável. Se com Campos, que
patinava em 8% nas pesquisas, ainda havia a esperança, principalmente da
parte da campanha da presidente Dilma Rousseff,
de que a eleição presidencial se resolvesse no primeiro turno, agora
ninguém mais acredita na hipótese. A entrada de Marina na disputa joga
pressão sobre as duas candidaturas. No caso de Aécio Neves,
aumenta o risco de ele não chegar ao segundo turno. No caso de Dilma,
Marina aparece à frente dela, ainda que dentro da margem de erro, na
simulação de segundo turno.
Ao
visitar ontem de manhã a Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) do Morro
Santa Marta, na Zona Sul do Rio, acompanhado do secretário de Segurança
do Rio, José Mariano Beltrame, o candidato tucano, Aécio Neves, disse
que a pesquisa Datafolha, que o colocou em situação de empate técnico
com Marina, mostra que o segundo turno é uma certeza.
-
Acho que o que ficou claro nas pesquisas, e eu já antevia isso, é que
teremos segundo turno. O segundo turno era uma perspectiva cada vez mais
provável. Hoje é uma certeza - disse o tucano.
No
levantamento, Aécio aparece com 20% das intenções de voto contra 21% de
Marina. A presidente Dilma Rousseff (PT) tem 36%. O presidenciável
negou que Marina seja sua maior adversária:
-
Não. De forma alguma. A nossa proposta é de oposição ao governo que
está aí. Temos um projeto para o Brasil, de gestão eficiente, de ousadia
do ponto de vista da retomada do crescimento, de avanço nos nossos
indicadores sociais.
Aliados
de Aécio dizem que ele não vai atacar Marina, mas lembram que ela tem
pontos questionáveis, como sua posição sobre o agronegócio. Os tucanos
se apressam em dizer que Aécio não tem sua ida ao segundo turno ameaçada
por Marina porque, segundo a pesquisa, ela não tirou votos dele, mas
conquistou os que votariam em branco ou nulo.
Pelo
lado petista, a preocupação com o fortalecimento de Marina é que havia
preferência em polarizar com os tucanos, fazendo a comparação entre os
governos de Lula e Dilma com os de Fernando Henrique Cardoso. No Palácio
do Planalto é consenso a necessidade de mudar a estratégia da campanha.
-
O primeiro adversário de Marina é o Aécio. O PSDB acendeu a luz
vermelha e nós, a amarela - afirmou o senador Jorge Viana (PT/AC).
Apesar
de receosos, os petistas minimizam o potencial de Marina, afirmando que
a pesquisa foi feita no auge da comoção com a morte trágica de Campos
e, passados alguns dias, a tendência, segundo eles, é que a ex-senadora
desidrate um pouco. De qualquer forma, o segundo turno é dado como favas
contadas.
No
Palácio do Planalto, interlocutores de Dilma afirmam que o pilar da
campanha continuará sendo mostrar o que Lula e Dilma fizeram nos 12 anos
em que estiveram no poder.
Fonte: EBC / O Globo.
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