O
jornalista Jorge Oliveira, do Diário do Poder, relatou um possível
"plano B" de Lula para o caso de derrota de Dilma nas eleições em 2014.
Leia abaixo e manifeste sua opinião:
O
brasileiro precisa estar atento para o que vai acontecer a partir de
janeiro de 2015 caso o PT seja derrotado nas eleições deste ano. Com o
estado aparelhado, os petistas em represália vão tentar desestabilizar o
país porque ainda são o partido mais organizado. Comanda as centrais de
trabalhadores e milhares de sindicatos, portanto, têm como liderar
greves e incentivar a massa a ir às ruas contra o novo governo. Os
petistas não vão dar trégua porque, ressentidos com a derrota, tentarão
de todas as formas inviabilizar o sucessor.
Além
disso, resistirão a abandonar os cargos para não perder os salários
milionários sem antes boicotar o serviço público e paralisar as
atividades afins do estado. É assim que opera o PT. E foi assim que a
cúpula do partido agiu nos primeiros anos do governo Collor, quando
estimulou a paralisação da máquina estatal, criou CPIs, quebrou o sigilo
fiscal de autoridades do governo, fabricou escândalos e levou às ruas
milhares de jovens (os caras pintadas) para derrubar o primeiro
presidente eleito pelo voto direto depois da ditadura. O PT não se
contentou com a derrota do Lula e organizou suas bases (sindicatos e
centrais) para confrontar o novo governo. Criou núcleos de espionagem
dentro dos órgãos federais infestados de seus militantes e simpatizantes
e em pouco tempo derrubou o Collor, que já estava na corda bamba pelo
governo medíocre que fazia com denúncias de corrupção pipocando por
todos os lados.
Na
oposição a partir de janeiro, caso a Dilma não se reeleja, os petistas
vão infernizar a vida de quem assumir o governo. Quatorze anos
administrando a máquina pública, eles aparelharam o estado e agora
conhecem como funciona a estrutura por dentro. Para desalojá-los do
poder, o presidente eleito certamente gastará boa parte do mandato na
assepsia das estatais onde os petistas estão infiltrados independente da
qualificação profissional. Lula está acompanhando com lupa a campanha
da Dilma. Anunciou inclusive que estará na linha de frente dos trabalhos
da reeleição da sua presidente.
Acontece,
porém, que ele hoje já tem dúvidas quanto ao êxito do sucesso dela e
analisa prognósticos desfavoráveis a sua candidata. Por isso começou a
trabalhar com outro cenário político: aumentar as bancadas petistas na
Câmara e no Senado Federal. A estratégia consiste em dominar o Congresso
Nacional no caso do PT não conseguir reeleger a Dilma. Perde-se,
portanto, o governo, mas em compensação ganha-se o parlamento submetendo
o novo presidente às ordens petistas, leia-se lulista. Nos estados onde
o PT não desponta como favorito ao governo, Lula tem estimulado uma
aliança independente de ideologia para aumentar o número de
parlamentares, o que permitiria o partido ter maioria no Senado e na
Câmara e indicar os presidentes.
É
assim que o ex-presidente quer permanecer soberano na política. Lula
sabe que a Dilma estaria definitivamente fora da política se perder a
reeleição porque não teria condição de se eleger nem a síndico de
prédio. A dificuldade dela de se manter na política deve-se a sua falta
de base eleitoral em Minas Gerais e no Rio Grande do Sul os dois estados
que abraçou para viver. Lula sabe também por experiência própria que
num regime presidencialista como o nosso, manter a presidência das duas
Casas é dominar o destino político do país como fazem alguns partidos, a
exemplo do PMDB de Sarney, de Renan e Michel que mantêm o Executivo sob
seu jugo. Não à toa, Lula não demonstra nenhum apetite para ocupar o
lugar da Dilma. Conhece como ninguém a incompetência da sua presidente
para administrar o país e do fracasso que ronda o setor econômico em
2014. Assim, previne-se ao entregar os anéis para preservar os dedos:
quer a Câmara e o Senado para transformar o Executivo refém do seu
partido, no caso de uma reeleição frustrada da Dilma.
Fonte: Folha Política - Revisão textual por Folha Política.
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