Aécio Neves veio de Salvador onde no início da tarde, junto com mais de
500 lideranças do DEM, PSDB e PMDB, selou uma aliança histórica de
oposição dentro do Estado da Bahia. Além de Aécio para a Presidência, a
composição da chapa terá Paulo Souto (DEM) para o governo, e Geddel
Vieira Lima (PMDB), ex-ministro da Integração Social, como senador. Para
esta noite, está previsto um jantar na zona sul do Rio com o presidente
estadual peemedebista, Jorge Picciani, com o intuito de montar um
palanque no Rio de Janeiro
Os
recentes casos de corrupção envolvendo a Petrobras, como por exemplo a
compra de uma refinaria em Pasadena (EUA) por R$ 1,2 bilhão e o
envolvimento do ex-diretor Paulo Roberto Costa em suposta denúncia de
cobrança de propina em contratos com a estatal, são motivos mais do que
suficientes para que a presidente Dilma Rousseff pedisse perdão aos
brasileiros. Esta é a opinião do senador Aécio Neves (PSDB/MG), pré-candidato à Presidência da República.
“O
caminho correto nesse instante seria a senhora presidente da República
pedir desculpas aos brasileiros, aos servidores da Petrobras, que
construíram durante 60 anos esta extraordinária empresa, e desculpas em
especial aos trabalhadores que colocaram recursos de seus fundos de
garantia. Quem em 2009 colocou R$ 10 na Petrobras, hoje tem R$ 35”,
afirmou o senador tucano aos jornalistas antes de uma palestra para
empresários na Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro
(Firjan), no centro da capital fluminense.
“Portanto,
eu acho que está na hora da presidente devolver limpo o macacão da
Petrobras”, comentou ainda Aécio Neves, que ao desembarcar no Rio de
Janeiro vindo de Salvador, ainda se disse surpreso com uma fala da
presidente Dilma Rousseff sobre o trabalho da oposição acerca das
denúncias de corrupção na estatal.
“Eu
vi uma declaração dada pela senhora presidente da República, em
Pernambuco, acusando a oposição que de alguma forma está sujando a
imagem da Petrobras. Meu Deus do céu! Quem está ferindo a imagem da
Petrobras é o aparelhamento que o PT estabeleceu há vários anos na
empresa e a partir disso estamos vendo todos os tipos de
irresponsabilidades acontecendo”, destacou.
“Eu
tenho recebido acenos importantes de lideranças, não apenas do PMDB,
mas de setores da base do governo federal que querem estar próximos de
nós. E são bem-vindos esses apoios”, afirmou o tucano. “Nós temos
conversado com o presidente (Jorge) Picciani, do PMDB, com o presidente
do PP, (senador) Francisco Dornelles, com o Paulinho da Força, com o
Índio (da Costa) do PSD, então, eu vejo um conjunto de forças que estão
na base do atual governo estadual, mas que mostram disposição de
caminhar conosco. Vamos deixar que o tempo se encarregue de consolidar
esse entendimento”, completou.
No
Rio de Janeiro, a situação envolvendo Picciani destoa da atual postura
do pré-candidato ao governo fluminense, Luiz Fernando Pezão, que junto
do agora ex-governador Sérgio Cabral, continuam firme, ao menos por
enquanto, no apoio à presidente Dilma Rousseff.
Picciani,
no entanto, já reiterou por diversas vezes que é contra, por exemplo, a
candidatura petista ao governo do Estado do também senador Lindbergh
Faria (PT), e a partir daí teria nascido o interesse de diálogo com
Aécio Neves por parte do líder estadual peemedebista.
“Eu
acredito nas coisas naturais na política. O que eu tenho percebido é
que, não apenas na oposição, mas na sociedade brasileira há um cansaço
em relação a isso tudo que está acontecendo no País. Não há mais
estômago para tanta propaganda e tão pouco resultado”, despistou o
senador tucano antes de partir para a palestra e lembrar que, também no
Rio de Janeiro, ele conta com apoio do Democratas e do PP. “Estou
imensamente feliz com o início do processo”, finalizou.
Fonte: Terra.
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