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sábado, 1 de março de 2014

Entrevista: Iris Rezende

Iris assinala que se pré-candidato do PMDB não prosperar, poderá ser o candidato ao governo

De acordo com o peemedebista, o partido não surgiu com a vontade de uma pessoa ou para atender aos interesses pessoais de alguém. E sustenta: "Eu corro de quem busca uma eleição por propósito pessoal."

O encontro dos apoiadores da candidatura de Iris Rezende na última quinta-feira (27/2) no diretório estadual do PMDB mostrou que mesmo sem se lançar como pré-candidato, o ex-prefeito de Goiânia e histórico político do Estado de Goiás ainda tem grande força e vários apoiadores para uma possível candidatura pelo PMDB. Representantes de 47 diretórios municipais da legenda participaram do encontro que não teve a presença da grande figura do local. O presidente regional da legenda, deputado Samuel Belchior, recebeu da comitiva um manifesto segundo o qual 146 dos 180 diretórios municipais apoiam a candidatura de Iris Rezende.

As discussões entre os pró-Iris e pró-Friboi continuam. É inevitável perceber, no entanto, que as ações do empresário do ramo da carne diminuiu drasticamente. É visível que há um racha interno no partido, mas que os membros que querem Iris como candidato não param nas movimentações. E esse racha abriu brecha para que o PT lançasse seu próprio pré-candidato, sendo que agora o impasse sobre quem seria o cabeça de chapa, caso a união dos partidos de oposição permanecesse. A outra possibilidade seria uma divisão da oposição no Estado, algo que ambos os partidos pareciam não querer, mas aparentemente é a ação mais próxima de acontecer, já que nem PMDB nem PT abrem mão de ter o candidato ao governo.

E foi em seu movimentado escritório político que Iris Rezende recebeu o Jornal Opção Online para falar sobre essas questões. Entre uma lembrança de como era o período da ditadura e um momento de irritação ao falar da situação atual do Estado, Iris confirmou o esperado: se o partido decidir, poderá, sim, ser o candidato ao governo do Estado. O peemdebista ainda disse que um político não pode estar na vida pública por interesses pessoais. "O PMDB não surgiu com a vontade de uma pessoa ou para atender aos interesses pessoais de alguém. Eu corro de quem busca uma eleição por propósito pessoal."

Primeiramente, o que o senhor acha dessa movimentação dentro do PMDB que clama o senhor como candidato ao governo do Estado?

Estamos vivendo um momento que antecede as eleições. É muito natural que essas movimentações ocorram, que surjam a pré-candidaturas, que os segmentos sociais se manifestem, principalmente partidários. Temos que encarar tudo isso como um fato absolutamente normal, principalmente comigo que já vivi tantas eleições. Um fato como esse seria de espanto para uns, de alegrias como outros. Eu tenho que ver isso com emoção, com respeito.

Vemos que o PMDB é um partido grande, com diversos posicionamentos. O Júnior Friboi que foi lançado como pré-candidato da sigla, mas o senhor parece ter uma grande movimentação a seu favor. Se o PMDB escolher pelo seu nome como candidato ao governo do Estado, o senhor se disponibiliza?

Eu entendo que esse processo será conduzido pelas nossa lideranças. Não é a vontade de pessoas ou grupos específicos que mandam. O nosso partido é consolidado, amadurecido nas lutas, vem de longe. O PMDB não surgiu com a vontade de uma pessoa ou para atender aos interesses pessoais de alguém. O PMDB não surgiu com o impulso de um líder específico, como o caso de Paulo  Maluf, Leonel Brizola e muitos outros. O PMDB não surgiu como uma manifestação natural, o sentimento de um povo que não aceitava viver com uma ditadura. Do PMDB depois surgiu vários outros como PT e PCdoB. Quando fazíamos as grande concentrações como as "Diretas Já", e depois para legitimar a participação das forças democráticas no colégio eleitoral de novo Goiás se fez presente.

A luta pela redemocratização surgiu em Goiás, com a primeira e grande concentração pelas “Diretas Já”. Ninguém sabia que quem fizesse a primeira manifestação estaria preso no dia seguinte ou cassado. Embora abrindo as urnas para a volta de eleições para governador, eles podiam simplesmente voltar para cassar ou prender qualquer um.

Falo isso só para mostrar o que vivíamos e para salientar a diferença do PMDB nesse contexto todo. O PMDB tem uma responsabilidade maior por ter feito parte ativa de nossa história política. O que eu posso dizer o seguinte: nós sabemos do nosso papel, temos que dar liberdade para todos. Já surgiram nomes na sigla: jovem deputado em Formosa, Wagner Guimarães que já foi presidente do partido em Rio Verde; Júnior Friboi. E se surgirem outros nomes temos que recebê-los com respeito e consideração porque são companheiros.

Agora é o partido, sobretudo a executiva, que terá a competência para no momento certo conduzir a uma definição que seja a melhor, com responsabilidade, sentimento partidário, para levar ao povo nomes que correspondam às expectativas da sociedade. Porque quando um partido indica um nome que não mexe na sensibilidade, no coração das pessoas, não prospera. Quantos exemplos assim já tivemos no país? Ulysses Guimarães, uma figura importantíssima, em um momento se candidatou a presidente e teve 5% dos votos.

E se o partido percebesse que o senhor é a pessoa certa, o senhor estaria disposto a ser candidato ao governo do Estado?

Em 1998 eu não era candidato a governador. De repente, Maguito Vilela, que era nosso candidato, não quis. Eu era ministro da Justiça, larguei tudo e vim ser candidato para o partido não ficar sem ninguém. Em 2008, eu era prefeito e estava começando inclusive o segundo mandato. Nosso candidato era o Adib Elias, que de repende não pôde mais sair candidato. Os presidentes do PMDB e deputados estaduais fizeram um apelo que eu até me emocionei. Larguei tudo e vim ser o candidato.

Não sou político por conveniência, nunca fui político com objetivos de ordem pessoal e sempre pratiquei política por ideal, sentimento. Então, se precisar do Iris amanhã para ser governador, vereador, deputado, eu não posso fugir porque senão estaria negando um passado de luta e coerência. Ninguém poderia imaginar que eu, que já fui governador, ministro, senador, de repente iria me candidatar a prefeito de Goiânia. E me candidatei.

Então, eu acho que o bom soldado, o bom guerreiro, não pode estabelecer que deseja isso ou aquilo. Ele tem que ser tudo o que for possível em um momento necessário. Então, no caso atual, se um desses pré-candidatos conseguir sensibilizar a população e se mostrar como candidato de potencialidade, não tenho restrição a nenhum deles.

Ontem, no evento, conversamos bastante com várias pessoas no local - populares que estavam participando da movimentação. Muitos diziam que o senhor os ajudou bastante e que por isso gostariam de tê-lo novamente como governador.  O senhor acha que o pré-candidato da legenda [Júnior Friboi] vai conseguir superar tudo isso?

Pode, tudo pode. Deve-se entender isso: eu estou na política há muito mais tempo. É natural que eu tenha mais amigos na política, que eu tenha maior número de admiradores, isso é natural. Bem, qual é o sentimento hoje do peemedebista de Goiás? Seja de antigos líderes ou da juventude? É mudar os destinos de Goiás, porque como está não dá! Não podemos nos acomodar diante desse quadro. Tudo em Goiás está acabando. Acaba Celg, Saneago está passando para terceiros, a estrutura da Saúde, que também está sendo passada para terceiros. E o líder de hoje tem que ter responsabilidade para pensar no futuro. Essa é a minha posição.

Eu corro de quem busca uma eleição por propósito pessoal. Quando você viu essas pessoas lá ontem, é porque sabem que não dá para ficar como está. Se continuar, assim, não sei como vai ser o futuro de Goiás. Vi na imprensa a declaração de inclusive membros do governo que diziam o seguinte: “Goiás só terá crédito para buscar financiamento depois do ano de 2020. Está tudo comprometido com as dívidas. Fruto de irresponsabilidade, de incompetência administrativa.

Nós criamos o programa Fomentar no passado. Paralelamente, abrimos estradas e asfaltamos rodovias. Construímos a quarta etapa da cachoeira dourada, a usina de São Domingos e estendemos milhares e milhares de quilômetros de redes de energia elétrica para propiciar a instalação de indústrias. Hoje você não consegue instalar mais indústrias, pois a rede é aquelas que construímos há mais de 20 anos. Então, é essa a situação.

Agora para encerrar, eu tenho certeza que o senhor teve um ótimo motivo para não ir no evento de apoio ao senhor  ontem. Qual foi?

Eu estaria influenciando pessoalmente o movimento. Eu estou equidistante, você notou isso. E não estou por falta de interesse, e sim porque na minha posição de integrante antigo do partido, tenho que compreender as coisas e não promover precipitações. O que eu quero é que cheguemos ao mês de junho com as forças oposicionistas de Goiás unidas, coesas, em torno dos melhores nomes.

Fonte: Jornal Opção.

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