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segunda-feira, 24 de março de 2014

DF: Rivais ontem, aliados hoje. Emaranhado histórico 'Arruda & Roriz'

 

Arruda e Roriz se reaproximaram para enfrentar Agnelo Queiroz na disputa ao Palácio do Buriti. Entre idas e vindas, os dois ex-governadores resolveram deixar as mágoas e os desgastes de lado para formar uma chapa única.

As eleições majoritárias do Distrito Federal terão personagens que são velhos conhecidos dos eleitores brasilienses. Seja na disputa ao governo, seja à vice-governadoria, seja ao Senado, seja nos bastidores, caciques políticos vão enfrentar rivais históricos e, em alguns casos, antigos aliados. Os principais nomes da corrida eleitoral da capital federal têm um passado comum, com histórias de brigas, traições, perdão e reconciliação.

Uma dessas idas e vindas é a que a reuniu novamente José Roberto Arruda (PR) e Joaquim Roriz (PRTB) na disputa eleitoral deste ano. Os dois ex-governadores deixaram para trás as mágoas e os desgastes decorrentes dos episódios que levaram ao terremoto político de Brasília, em 2009. E, em nome do pragmatismo, formaram uma aliança que terá Arruda como cabeça de chapa e Liliane Roriz como candidata a vice-governadora. Tudo com a bênção do pai da distrital, também filiada ao PRTB.

Palácio do Buriti: chapa encabeçada por Arruda tem a distrital Liliane Roriz como pré-candidata a vice

Rusgas

Os dois se conheceram ainda nos anos 1980, quando Arruda era funcionário da Companhia Energética de Brasília (CEB) e Roriz já despontava como personagem influente no cenário da capital federal. Arruda foi secretário de Obras do então governador e, com apoio dele, se elegeu para o Senado em 1994. Quatro anos depois, a dupla rompeu e os dois disputaram o Buriti contra Cristovam Buarque (PDT). Roriz levou a melhor.

Arruda renunciou ao Senado em 2001, por conta do escândalo do painel, e, no ano seguinte, foi eleito deputado federal. Como parlamentar, voltou a se aproximar do então governador Joaquim Roriz. Nas eleições seguintes, José Roberto Arruda decidiu disputar o governo e esperava contar com o apoio do chefe do Executivo. Mas Roriz lançou Maria de Lourdes Abadia, sua vice-governadora. Apesar disso, nos bastidores, o então governador apoiou o nome de Arruda o que gerou rusgas com Abadia.

Eleito pelo DEM, Arruda se afastou de Roriz. Em 2009, quando os vídeos e o dinheiro de Durval Barbosa devastaram o Palácio do Buriti, o então governador atribuiu ao antigo aliado as articulações para a divulgação do material, que levou à prisão e à cassação do chefe do Executivo. Em entrevista concedida em 2009, pouco depois do início do escândalo, Arruda não mediu palavras para criticar o então adversário. “Tudo o que eu quero é enfrentar o Roriz nas urnas porque a sensação que eu tenho é que ele, neste momento, com esta articulação que fez com essas pessoas, tenta me derrubar no tapetão, antes da eleição, talvez com medo de me enfrentar”, afirmou.

O mal-estar durou até o ano passado, quando voltaram a conversar e decidiram se unir novamente na disputa contra Agnelo Queiroz. Arruda comprometeu-se a dar suporte a Joaquim Roriz, caso ele fosse candidato. Mas pediu apoio se o cacique decidisse não se lançar na corrida eleitoral. A saída encontrada pela dupla foi o anúncio da chapa encabeçada por Arruda, ao lado de Liliane.

Fonte: Helena Mader e Ana Maria Campos - Correio Braziliense.

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