O ex-ministro Ciro Gomes (PROS/CE) deverá ser candidato ao Senado na chapa da candidatura do senador Eunício de Oliveira
(PMDB) ao governo do Ceará. A composição já conta com o aval da
presidente Dilma Rousseff, que esteve no Ceará na semana passada e
conversou com os irmãos Gomes e com o senador Eunício.
Ex-ministro Ciro deve tentar vaga no Senado
Para que Ciro se candidate, Cid terá que renunciar ao mandato até o dia 4 de abril, prazo máximo estabelecido pela lei eleitoral para desincompatibilização. No caso de Cid e Ciro, por se tratar de parentesco muito próximo, a lei exige a renúncia de Cid e veta a candidatura de Ciro ao cargo de governador. Com a renúncia, os dois podem ser candidatos a qualquer outro cargo.
O senador Eunício de Oliveira
antecipou sua volta ao Estado na terça-feira para cuidar pessoalmente
das conversas. Além de encontros com Ciro Gomes, ele tem uma conversa
marcada com Cid na sexta-feira.
A
tática de Eunício é manter em torno de sua candidatura toda base de
apoio à presidente Dilma e evitar palanque duplo da presidente no
Estado.
Já
para Dilma, ter uma base ampla no Ceará é fundamental para fazer frente
no Nordeste ao seu adversário, o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB).
Por
enquanto, as conversas são mantidas nos bastidores. O único a se
manifestar publicamente foi o governador Cid Gomes que, na segunda-feira
(24), se disse disposto a renunciar caso seu irmão, Ciro, seja
candidato. Ciro tem negado publicamente sua intenção de se candidatar.
A
composição também já conta com aval da cúpula do PMDB. “É a chapa dos
sonhos”, disse o presidente do partido, senador Valdir Raupp (RO). Além
de apaziguar as divergências na aliança nacional, o PMDB terá a máquina
do estado a seu favor. O vice de Cid, Domingos Gomes de Aguiar Filho,
que migrou do PMDB para o PROS, assumirá no caso da renúncia e é um dos
principais aliados de Eunício.
A
candidatura de Ciro ao Senado acaba, no entanto, com os planos do
deputado José Guimarães (PT) de disputar a vaga. Guimarães deverá cuidar
da sua reeleição e caberá ao PT do Ceará indicar o vice de Eunício. Um
dos nomes cotados é do deputado estadual Camilo Santana.
Embora
o PT nacional aceite a composição, Guimarães terá que ainda enfrentar
parte minoritária do PT local que defende candidatura própria do
partido. A orientação dada pelo PT Nacional ao Ceará é de aliança com o
PMDB e com o PROS.
Outro
prejudicado na chapa é o senador Inácio Arruda (PCdoB), que também quer
se reeleger. Arruda, no entanto, tem defendido priorizar a formação de
uma base ampla no estado de apoio à Dilma. Neste caso, ele abriria mão
da candidatura para que o PCdoB possa indicar uma vaga na suplência de
Ciro.
“Nossa
intenção é manter nosso pleito, até porque é uma prioridade do PCdoB
nacional aumentar nossa bancada no Senado. Hoje temos dois senadores,
vagas alcançadas a duras penas. Mas há também a intenção de formar essa
frente ampla. Vamos com Cid. O PCdoB pode indicar uma suplência.
Senadores podem virar governadores ou ministros. Muita coisa pode
acontecer. Ainda há muita conversa, mas com prazo para terminar que é o
dia 4 de abril.”, insinuou.
Fonte: IG
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