Barbosa também criticou o advogado de João Paulo: "grosseria."
Joaquim Barbosa:
"Não sou candidato" Presidente do Supremo diz que "está se divertindo"
com as especulações eleitorais em torno do nome dele para a disputa de
outubro.
O
presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, negou
ontem, em Paris, que pretenda deixar a Corte para disputar uma vaga à
cadeira presidencial ou ao Senado nas eleições de outubro. Ele disse que
se diverte com as especulações sobre uma eventual candidatura. Durante
viagem à capital francesa, o ministro contou que tem sido questionado
por autoridades locais, como a ministra da Justiça, Christiane Taubira,
acerca das pretensões eleitorais.
“Ela
(Taubira) tem informação sobre pesquisas que saíram no Brasil indicando
que eu tenho tal percentual. Outros também perguntaram”, comentou.
Barbosa disse ter respondido que não pretende disputar as eleições. “Não
sou candidato. Não estou preocupado com isso. Aliás, estou me
divertindo com isso”, afirmou, após uma conferência no Conselho
Constitucional da França.
Durante
a palestra, Barbosa afirmou que o STF “se transformou em um dos
principais atores do sistema político brasileiro”. Disse, porém, que a
Corte se tornou “vítima do próprio sucesso” e criticou o trabalho da
imprensa. “Eu diria que a imprensa ainda não reporta a essência das
decisões. Ela fica no anedótico, nas alfinetadas, em algumas frases”,
disse Barbosa.
A
viagem do presidente do Supremo a Paris rendeu diversas críticas. Uma
delas por ter recebido R$ 14 mil a título de 11 diárias para ir à Europa
durante o período de férias. Ele rebateu afirmando que o questionamento
é “uma grande bobagem”, pois seus compromissos na Europa são de
interesse público, ao representar o Judiciário brasileiro. Ele foi
convidado a proferir uma palestra na França, ontem, e outra em Londres,
no próximo dia 30. Durante os dias em que não terá agenda oficial, o
ministro garantiu que fará acerto de contas ao fim da viagem.
Mais alfinetadas
Barbosa
forneceu mais lenha para que a imprensa reporte as alfinetadas trocadas
por ele com colegas da Corte e advogados. Na quarta-feira, ele criticou
os ministros Cármen Lúcia e Ricardo Lewandowski, que assumiram
interinamente o comando do STF durante as férias por terem dado “um mês a
mais de liberdade” ao deputado federal João Paulo Cunha (PT-SP),
condenado no processo do mensalão. Para os dois ministros, a prisão não
se enquadrava na situação de urgência e que cabe ao relator fazer isso.
Ao
rebater as críticas de Barbosa aos ministros, o advogado de João Paulo,
Alberto Toron, afirmou: “É o fim da picada. Eu acho que não tem que
dizer muito mais do que isso. E ele confortavelmente dando seu rolezinho
em Paris”. Em resposta ontem, o presidente do STF mandou mais farpas:
“Um advogado vir a público fazer grosserias preconceituosas contra um
membro do Judiciário que julgou seu cliente é prova de um deficit
civilizatório.” Toron não retrucou.
Fonte: Jornal Correio Braziliense.
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