Agnelo Queiroz |
Sapoti
produz um látex com alto teor de açúcar. A planta também é conhecida
como Chicle e dela é extraída a base para a fabricação de uma marca
registrada de guloseima que foi conhecida mundialmente como Chiclete.
Hoje é substantivo, deixou de ser marca e denomina dezenas de outros
concorrentes.
Nos
anos 40 nasceu no Brasil o primeiro chiclete que foi o Ping Pong.
Depois vieram Ploc, Bubbaloo, Clorets, Trident e derivados, não
necessariamente nessa ordem. As recomendações eram para que ninguém
ingerisse essa mania inconveniente de ficar mascando algo que não serve
para nada, a não ser fazer muito mal.
Agnelo Queiroz |
Na
publicidade e na propaganda – que são ciências irmãs diferentes –
evitar aquilo que pode virar chiclete é fundamental. Faz mal à saúde da
imagem. Esse diagnóstico só pode ser revelado pela experiência de quem
está habituado ao mundo publicitário, não propagandista. E essa
competência é restrita a profissionais que frequentam mercados em todos
os continentes onde entender a essência do ser humano é fundamental.
Só
existe um sentido nessa ciência, que para ter sucesso ou chance de
sobrevivência, segue sempre o ponto de partida que é a publicidade em
direção à propaganda. Nunca ao contrário. É assim nos EUA, na França, no
Japão, na Inglaterra... Por um motivo lógico: quem patrocina a
experimentação de resultados é a publicidade, as empresas e produtos,
que investem milhões de dólares para atingir o estômago das populações. E
com um dispositivo que não permite erros, que é o gráfico de vendas. Se
o profissional errar está morto!
Agnelo Queiroz |
A
propaganda não imprime o mesmo nível de exigência, é quase que uma
loteria se não utilizar técnicas da publicidade eficazes. A pesquisa é
algoz em relação a isso e os políticos não são necessariamente experts
no assunto para perceber o fenômeno. Mas estão sempre de olho em
pesquisas.
Embora
não revelem a verdade absoluta, as pesquisas, qualitativas ou
quantitativas, são uma excelente ferramenta de orientação, se forem bem
tabuladas e analisadas. No cenário político, o Brasil consagrou
jornalistas de ocasião como gestores dos setores de comunicação de seus
órgãos durante décadas, porque há uma preocupação demasiada com a
imprensa.
Agnelo Queiroz |
Uma
boa relação com veículos de comunicação é imprescindível, mas não é
tudo. Não bastam tratativas com chefes de redações para construir um
cenário favorável. Nem tapinhas nas costas do Tribunal de Contas e do
Ministério Público. É necessário técnica em comunicação de massa para
chegar ao coração da massa de eleitores. É a massa que ainda tem
capacidade de se sobrepor aos poderes.
No
Distrito Federal, a propaganda nunca produziu isso. Ela apenas deu
sustentação a nomes que abduziram os eleitores, como Roriz e Arruda, por
talento nato de ambos. No conceito coletivo são produtos muito bons, de
alta qualidade, frequentes nas mesas das famílias. Fazer comunicação
para eles é como produzir campanhas para a Coca-Cola. Isso é revelado
nas múltiplas pesquisas realizadas todo o tempo. O trabalho facilitado
pelos bons produtos (na opinião dos eleitores) esconde a realidade
existente. Roriz e Arruda podem, sim, ter uma comunicação sem requinte
técnico porque ambos são marcas dominantes.
Agnelo Queiroz |
No caso de Agnelo Queiroz
a velha fórmula terá muita dificuldade de avançar. E mais uma vez as
pesquisas revelam um cenário cruel: divulgaram agora que o Distrito
Federal tem a segunda pior avaliação de um governo no Brasil. A
realidade pode não ser compatível com o resultado de seu trabalho –
basta analisar alguns Estados do Nordeste – e qualquer indivíduo
minimamente informado percebe isso, que algo está errado com a sua
imagem. Mas foi a população que disse. Virou chiclete. É o voto útil
agindo com antecedência. E quem vai assumir a responsabilidade pelo
fracasso? Ninguém, se é que haverá alguém para abrir a embalagem do
chiclete e mastigá-lo.
Mas a mastigação atual de Agnelo Queiroz só conhece um jeito que é a coisa fácil de ter um Trident que todos cospem. Pior, ninguém quer descascar.
Agnelo Queiroz |
Se
o desejo de abandonar a política for uma decisão de foro íntimo, não
revelada até agora, então está tudo explicado. É possível entender seus
movimentos, a sua forma de comunicação, a construção de sua imagem e a
consolidação fatal da opinião pública sobre sua avaliação de desempenho.
Ele é produto, mas não é Coca-Cola, que por pior que faça aos seus
consumidores, segundo os técnicos, está na mesa de todos e é adorada.
Mas esse é um assunto para quem entende de produtos. Não para
propagandistas.
Pode ser que o cidadão Agnelo Queiroz,
que é também consumidor, tenha recebido na infância um exemplar do
autor Erich von Däniken, The Chariots Of The Gods?, título traduzido
como Eram os Deuses Astronautas?, em que maias e astecas supostamente
tinham contatos extraterrenos.
Independente disso, eles já mascavam chicletes naquela época e desapareceram.
Fonte: Informações Notibras / Guardian Notícias - redacao@guardiannoticias.com.br
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