Começamos um novo ano e com ele novas esperanças.
As promessas e a realidade que vivemos.
Em dezembro de 2010, os brasilienses, açoitados pelo escândalo da Caixa
de Pandora, mas esperançosos, haviam acabado de eleger Agnelo dos
Santos Queiroz Filho governador do Distrito Federal. O político do PT,
às vésperas de ser empossado, em entrevista ao DFTV, disse que estaria
recebendo uma herança maldita. De fato, o trabalho que se via no
horizonte tinha que ser árduo e executado com probidade e competência. O
governador tampão, Rogério Rosso, era apontado nas pesquisas como o
pior governador brasileiro, e apenas 29% dos brasilienses, segundo
pesquisa do Datafolha, avaliavam sua gestão como sendo boa ou ótima.
Hoje 31 de dezembro de 2013, passados três anos, faltam poucas horas
para iniciarmos um novo ano e com ele os novos sonhos, novos objetivos,
novas promessas, novos desejos e uma nova eleição já se aproxima.
Iniciamos o quarto ano do que poderá ser o último dezembro de Agnelo Queiroz à
frente do GDF, ou não, o eleitor é quem vai decidir.
Ainda era dezembro de 2010 quando em entrevista ao DFTV, Agnelo
Queiroz (PT/DF), afirmou que a saúde padecia, “com a falta de controle,
manutenção e informatização. Também a falta de controle da verba da
saúde e de manutenção; as salas de cirurgias desativadas; equipamentos
sucateados; descontrole nos estoques e desabastecimento de remédios”.
Empossado governador, em um de seus primeiros atos, aumentou o próprio
salário, o do vice, e o de seus secretários, afirmando que: “não
aumentar os salários, é estimular outras práticas que já aconteceram no
DF, coisas que vamos abominar em nosso governo”.
Agnelo Queiroz (PT/DF) disse, na campanha, que assumiria, ele mesmo, a pasta da
saúde. No entanto, preferiu delegar, e Rafael Barbosa (PT/DF) foi
nomeado secretário de saúde.
Dentre as suas primeiras medidas, exonerou milhares de servidores que
ocupavam cargos comissionados e decretou estado de emergência no âmbito
da saúde do DF, permitindo, assim, compras em caráter emergencial e sem
licitação. Justificou a medida com a constatação de que a saúde pública
encontrava-se em “crise profunda e sistêmica”. O novo secretário de
Saúde, Rafael Aguiar Barbosa, explicava naqueles idos que, com a
decisão, a saúde se tornaria a grande prioridade do GDF — como havia
prometido Agnelo durante a campanha. “O decreto coloca toda a estrutura
do DF, toda a administração pública, à disposição da saúde. Poderemos
requisitar, por exemplo, servidores de outros órgãos e médicos da
Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros para atuar nos hospitais, caso
haja necessidade”, justificava Barbosa.
Garantiu, ainda na posse, que a saúde seria reforçada nos primeiros 100
dias. Também assumiu compromisso com a transparência e afirmou que não
decepcionaria o brasiliense.
No primeiro 05 de janeiro pós-posse, Agnelo Queiroz e Rafael Barbosa
fizeram uma visita técnica ao Hospital Regional da Ceilândia.
Encontraram o caos e prometeram soluções no prazo de 10 dias. Um dia
antes, no Hospital Regional do Gama, a dupla disse que pediria auxílio
ao Ministro da Saúde, Alexandre Padilha (PT/SP) para estancar a crise da
saúde pública no Distrito Federal.
Em seguida, aos 07 dias de governo, acompanhado do vice-governador,
Tadeu Filippelli (PMDB/DF), do secretário de saúde Rafael Barbosa e de
inúmeros assessores, vistoriou três hospitais e anunciou incontáveis
medidas. Em todas as visitas, foi bastante solícito à imprensa. As
promessas incluíam colocar fim à carência de leitos.
Nunca antes na história do Distrito Federal, tantas medidas foram
anunciadas em prol da melhoria da saúde. O discurso, ecoado pela
imprensa, sinalizava dias melhores.
No dia 08 daquele janeiro, o secretário de saúde, Rafael Barbosa,
anunciou uma parceria com o HUB para o tratamento de câncer. Em 10 de
janeiro anunciaram um posto do SAMU no Hospital de Base.
Mas a realidade começou a se impor frente ao discurso, e no dia 10 de
janeiro de 2011, uma liminar do TJDFT determinou que uma criança
internada em Planaltina fosse submetida à cirurgia. Mas ainda haviam só
10 dias de governo e não se podia cobrar resultados do Governador
Agnelo Queiroz e do secretário de saúde Rafael Barbosa. As medidas de
melhoria continuavam sendo anunciadas e aguardadas pacientemente pelos
eleitores, petistas ou não.
Aos 12 de janeiro, o GDF anunciava a contratação temporária de médicos,
e no dia seguinte, 13 de janeiro, depois da exoneração de quase 18 mil
comissionados, o governador Agnelo Queiroz anunciou a contratação de 10
mil comissionados. Incoerência, diziam alguns. Não, dizia o governo, era
o início da arrumação da casa com a economia de 8 mil cargos.
No mesmo 13 de janeiro de 2011, Agnelo Queiroz prometeu que a farmácia
central teria controle logístico, e assim evitaria o desperdício,
fraudes e falta de medicamentos.
O tempo parecia correr mais rápido pela trilha do novo caminho, todos
os dias uma novidade, aos 17 de janeiro, mais uma promessa, a
revitalização do Hospital de Sobradinho. A Agência Brasília de
comunicação informava que havia sido dito: “um hospital construído há 40
anos, projetado para atender uma população de 40 mil habitantes, e hoje
com praticamente a mesma estrutura física, é o responsável pelo
atendimento de mais 270 mil pessoas. Em breve, esta realidade do
Hospital Regional de Sobradinho deve mudar. Hoje (17), o governador
Agnelo Queiroz visitou as instalações daquela unidade de saúde e
anunciou que fará o novo plano diretor do hospital, que deve abrigar
pelo menos mais um bloco e ampliar áreas superlotadas como o Pronto
Socorro. Durante a visita, o governador adiantou ainda que o Pronto
Socorro passará por reformas de ampliação e que serão construídos mais
leitos de UTI semi-intensiva. Outra medida anunciada é a construção de
uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) em Sobradinho II. O que vai
ajudar a distribuir o atendimento primário, ou seja, de menor
gravidade.
De acordo com a diretora da regional de saúde de
Sobradinho, Joana D’Arc Gonçalves da Silva, 87% das pessoas que buscam
hoje o Pronto Socorro poderiam ser atendidas numa UPA. A cobertura
básica é fundamental para atuarmos em rede e diminuirmos a demanda
emergencial”. Também participaram da vistoria às instalações do
hospital, o vice-governador, Tadeu Filippelli; o secretário de Saúde,
Rafael Barbosa; o secretário de Obras, Luiz Pitiman; e a secretária de
Comunicação, Samanta Sallum.
O governador Agnelo anunciou que nos
próximos dias serão instalados novos equipamentos no Hospital Regional
de Sobradinho. Segundo ele, a rede elétrica da unidade precisa de
manutenção e por isso, aparelhos importantes estão encaixotados, como o
caso do Tomógrafo, que não funciona há 19 meses.”. Paciente a população
da localidade aguardava. Diziam alguns que era a esperança de volta, o
governador prometera e já começara o cumprimento das promessas de
campanha.
Em 20 de janeiro de 2011, um relatório mostrou o total descontrole na
compra de remédios pelo GDF. Novamente foi anunciada a contratação de
uma empresa especializada em logística para resolver o problema da falta
de medicamentos, falta de controle de estoques, fraudes e desperdício.
Também anunciaram que as transformações no Hospital de Base já estavam
em curso.
No dia 21, o Governador Agnelo Queiroz, em visita ao HRT disse: “nem na
guerra se trata pessoas dessa forma”. A frase foi dita ante a
constatação da caótica situação do hospital. Para o Governador, pior do
que Taguatinga, apenas o Hospital Regional do Gama. Queiroz inclusive
anunciou a construção de um novo hospital no Gama.
No dia 24 de janeiro de 2011, Queiroz anunciou reformas no terceiro
andar do HRAN, setor em que funciona a unidade de queimados.
Enquanto isso, os portadores de doenças graves e crônicas, em menor
números, tais como os hemofílicos, os portardores de fibromialgia,
fenilcetonúricos, da síndrome de down, e outros, permaneciam
esquecidos. Alguns mais engajados, conseguiram a manutenção, mesmo que
precária, dos tratamentos, outros, apertando daqui e dali, ficaram sem a
maior parte do necessário a um acompanhamento digno.
Passados três anos, a pesquisa CNI/Ibope, divulgada neste 13 de
dezembro, mostra que 71% dos entrevistados apontam a saúde como a pior
área do governo capitaneado por Agnelo.
Será chegada a hora de em 2014, se cobrar do governador Agnelo dos
Santos Queiroz Filho que ele demonstre o cumprimento das promessas
feitas na campanha e nos primeiros dias de governo? Ou os eleitores do
DF lhe darão um novo crédito para mais quatro anos de mandato, na
esperança de que as promessas se tornem realidade?
O caminho que nunca foi novo, parece conduzir o Distrito Federal ao
precipício, ao caos absoluto. A saúde, sob a gestão Agnelo Queiroz e
Rafael Barbosa, diz a pesquisa do Ibope, não melhorou, pelo contrário,
em vários aspectos tomou contornos mais dramáticos do que se via nos
governos anteriores.
Em cidades como Taguatinga, a situação segue caótica. No Gama, as
últimas reportagens demonstram, que o cenário pior do que o de guerra, é
ainda mais evidente. A estrutura do Hospital Regional de Sobradinho
continua horrível. Os investimentos em logística, na aquisição, no
manuseio, na guarda e na dispensa de medicamentos continua inexistente,
tudo como dantes no quartel de Abrantes.
E a reforma no Hospital Regional da Asa Norte? No setor de queimados,
não passou de mais um dos tantos factóides criados pelo governo naquele
janeiro? E a construção do novo hospital no Gama? A população segue
sofrendo com o descaso.
Faltou boa-vontade? Faltou competência? Ou ambos, competência e
boa-vontade? Ou o fantasma da Caixa de Pandora continua a rondar o GDF?
Exigentes, nossos leitores dirão; Sombra, você só fala da saúde, e o
resto? Esclareço que nossa preocupação precípua com a saúde tem uma
razão de ser, e sei que todos compartilharão da mesma opinião. Ninguém
em sã consciência, vive ou trabalha bem, sabendo que ele próprio e
outros estão sem saúde. Pode faltar tudo, mas se tiver saúde, o restante
fica bem mais fácil.
Desejamos que em 2014, o governador Agnelo Queiroz prove aos
brasilienses que a pesquisa do Ibope está errada. Ou os quatro anos
foram poucos?
Todas as promessas acima, a exemplo de inúmeras outras, ou foram
descumpridas pelo Governador Agnelo dos Santos Queiroz Filho, ou a sua
área de comunicacão foi incompetente para demonstrar os avanços que ele
diz ter implementado. Tal constatação justifica que, próximo a ingressar
no último ano de governo, seus índices de aprovação não cheguem nem ao
patamar de 10%? Lembramos que Rogério Rosso (PSD), em um governo tampão e
breve, tinha índices quase três vezes melhores do que o atual
governador. É o que disse a última pesquisa realizada pelo Ibope.
Desejamos também que a segurança pública que na última pesquisa feita
pelo Ibope foi reprovada por 69% da população, volte ser uma das
melhores do Brasil, e que o novo secretário de segurança, apareça na
televisão também quando a noticia não for boa para o governo.
Desejamos que os policiais e bombeiros militares do DF voltem a ter sua
alto estima elevada e suspendam a Operação Tartaruga, mas também
esperamos que o governador do Distrito Federal ponha a mão na
consciência e cumpra as promessas feitas durante a campanha de 2010, o
que não fez durante os últimos três anos.
Desejamos que a CEB volte a ser a empresa que nos orgulhava, e não
deixe as cidades tanto tempo sofrendo com os apagões, exemplos tristes
vividos por todos os brasilienses durante os últimos três anos.
Desejamos que Agnelo, chefe do Executivo local, que tem batido o pé
para aprovar o Plano de Preservação do Conjunto Urbanístico (PPCUB), que
prevê alterações no centro de Brasília, retire o mostrengo em forma de
projeto que se encontra na Câmara Legislativa. Do jeito que foi
gestado, irá parir um monstrengo, desvirtuará o tombamento da capital e
não haverá retorno.
Desejamos que o governo cumpra a promessa, e finalmente realize o
concurso público para substituir os funcionários comissionados, que hoje
ocupam cargos nas 30 administrações regionais do DF, evitando que
alguns indicados políticos, façam delas, as extensões de gabinetes de
seus deputados distritais, que preferem vender o voto da população que
os elegeu.
Desejamos que a Copa do Mundo de 2014, traga muitas manifestações às
ruas de Brasília, manifestações de alegria, de felicidade, e que a
seleção brasileira contrarie os prognósticos pessimistas, que dizem que
ela não será a campeã. Desejamos que as pessoas ganhem as ruas durante a
copa, mas transbordando de felicidade.
Desejamos que sejam aprofundadas as investigações e as denúncias de
superfaturamento de tudo, estádio, shows realizados tendo como
patrocinadores alguns deputados distritais, através de emendas, e que
durante os últimos três anos se valeram delas para se perpetuarem no
poder.
Desejamos que durante o ano e na campanha eleitoral até as eleições de
2014, o DF não seja novamente sacudido por tensões, escândalos, sem
dossiês, sem fakes, sem difamação e sem o mar de lama de mentiras e
calunias de campanhas anteriores.
Desejamos um 2014 sem comoção popular, sem retrocessos e crises.
Brasília não merece mais desgastes, aborrecimentos, e muito menos ser
usada para novos mensalões.
Ficamos por aqui, e se Deus quiser, ele nos atenderá e poderemos ter um 2014 menos sofrido e melhor que o ano de 2013.
Nós que fazemos de nosso blog um espaço dedicado ao público que busca a
informação, sem censura, e com isenção, desejamos que em 2014 não
tenhamos que relatar tantos fatos que denigram a nossa cidade, como
fizemos nos últimos anos. Só queremos um Distrito Federal melhor.
Fiquemos todos com Deus e até o ano que vem!
Edson Sombra e equipe
Fonte: Edson Sombra