Agnelo é acusado de irregularidades quando estava na Anvisa; ele nega ter cometido crimes
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso
acatou um pedido do Ministério Público e abriu inquérito sobre o
governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT).
Ele é suspeito de ter cometido crimes contra a administração pública
quando foi diretor da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa)
entre 2007 e 2010.
O pedido de abertura de inquérito teve como base os desdobramentos Operação Panaceia, da Polícia Civil de Minas Gerais.
Ela apurou indícios de envolvimento de assessores de Agnelo Queiroz com um
grupo farmacêutico acusado de fraudes, formação de cartel e sonegação
fiscal.
Escutas telefônicas realizadas pela polícia revelam que representantes
do laboratório Hipolabor, com sede em Minas Gerais, recorriam a
assessores próximos a Agnelo com o objetivo de agilizar demandas na
Anvisa.
Na Operação Panaceia foi apreendida uma agenda que apontaria supostos pagamentos ao governador.
Nela, há a anotação, para o dia 24 de maio de 2010, de "Agnelo", ao
lado de "50.000". No dia 30, mais um registro: "Agnelo: 50".
Além de Agnelo, também responderá ao inquérito o deputado Fábio Ramalho
(PV/MG). Devido à presença dele, o caso foi para o STF. Se somente o
governador estivesse sendo investigado, a apuração caberia ao Superior
Tribunal de Justiça (STJ).
Ramalho é investigado porque foi acionado pelo grupo laboratorial para agendar audiências na Anvisa.
OUTRO LADO
Agnelo Queiroz, por meio de sua Secretaria de Comunicação, negou qualquer tipo
de irregularidade e criticou supostos vazamentos da Operação Panaceia,
feitos pela "Polícia Civil de Minas Gerais, governada pelo PSDB".
Em nota, a secretaria do Distrito Federal também afirmou que "as
sindicâncias da Anvisa, todas submetidas e validadas pela
Controladoria-Geral da União, atestam a regularidade dos atos de Agnelo
Queiroz, assim como certamente restará comprovado a partir do inquérito
autorizado pelo Supremo Tribunal Federal".
Sobre o laboratório Hipolabor, afirmou que "estranha as bravatas dos
dirigentes" da empresa, em que "fazem conjecturas que [nem] sequer se
realizaram".
A assessoria do deputado Ramalho disse que o caso é antigo e que ele não iria se pronunciar.
Fonte: Folha UOL - Por Severino Motta
Nenhum comentário:
Postar um comentário