Os
membros Comissão de Constituição e Justiça da Câmara Legislativa do
Distrito Federal decidiram ontem pela regularidade, legalidade e
constitucionalidade do processo por quebra de decoro parlamentar
instaurado contra o Deputado Raad Massouh, em consequência
de investigação conduzida pela Polícia Civil e pelo Ministério Público
do Distrito Federal, em consequência do uso irregular de emenda
parlamentar de sua autoria cujos valores foram desviados em parte, no
ano de 2010, no governo de Rogério Rosso.
Trata-se
do primeiro caso de maior gravidade da era pós Caixa de Pandora, um
nome que pegou, mas cujo significado vem sendo estendida para outras
situações irregulares, tamanha a quantidade de atos e fatos do escuro da
política local, que vem mobilizando o noticiário distrital e nacional,
envolvendo nossas autoridades distritais.
De
lá para cá, tivemos um senador do DF condenado por improbidade
administrativa, cujo processo já se encontra no Superior Tribunal de
Justiça e cuja pressão em cima do relator, Ministro Castro Meira, não
tem se mostrado nada republicanas, e envolve, nesta pressão, autoridades
locais e nacionais, inclusive o apoio em 2014, dando margem aos
intérpretes do noticiário local, de que há cheiro de pizza no ar.
Por
sua vez o governador Agnelo Queiroz se vê às voltas com a abertura de
mais um inquérito, desta vez autorizado pelo Supremo Tribunal Federal
por envolver também um deputado federal de Minas Gerais, por negócios
também nada republicanos da época em que era Diretor da ANVISA, ao qual
se somam os que estão em apuração no STJ, inclusive o do suposto apoio
financeiro através de agência de publicidade do GDF para atacar
adversários políticos nas redes sociais através de personagens
fictícios.
Mas
onde entra o dilema de Raad Massouh. Ele aparece na medida em que o seu
processo avança e o parlamentar enxerga cada vez menos possibilidades
de escapar da cassação. Para quem posou de paladino da moralidade,
obteve uma vitória convincente nas eleições de 2010, justamente por ter
virado às costas para o então governador Arruda, e agora se vê envolvido
em processo por irregularidade na aplicação de recursos, que pode
resultar no seu afastamento definitivo da política, é a completa
desmoralização.
Este é um preço que Raad Massouh
está a refletir se deve pagar sozinho. Conhecedor profundo dos
bastidores da política local, principalmente na atual legislatura,
quando assumiu em definitivo a cadeira de deputado distrital, pois na
anterior era mero suplente e só foi efetivado pela cassação de Leonardo
Prudente, sua saída de forma desmoralizada
o coloca no dilema de falar ou não falar tudo que viu e ouviu de 2010
para cá. Agora é esperar a contagem regressiva e podermos, quem sabe,
assistir as tristes cenas dos próximos capítulos, pois há muita gente
sem dormir.
Por Odir Ribeiro
Fonte: Blog do Odir
Nenhum comentário:
Postar um comentário