Levantamento
exclusivo da Revista Congresso em Foco mostra que tramitam no Supremo
542 inquéritos e ações contra 224 parlamentares federais. Saiba quem são
eles
Com 13 acusações, Lindbergh Farias e dois deputados do DEM são os parlamentares com mais pendências no Supremo
Nunca tantos congressistas estiveram sob a mira da Justiça. De cada dez
parlamentares, quatro estão pendurados no Supremo Tribunal Federal
(STF) por suspeita de participação em crimes. É o que revela
levantamento exclusivo, que ocupa 20 páginas da sétima edição da Revista
Congresso em Foco, à venda nas principais bancas (veja onde comprar a
revista em Brasília) e também disponível em versão digital (acesso
gratuito para assinantes do UOL). São 224 deputados e senadores que
respondem a 542 inquéritos e ações penais. Um recorde, desde que o
Congresso em Foco começou a fazer, de maneira pioneira, esse tipo de
pesquisa, em março de 2004.
O número supera em 17% o total de congressistas apurado em nosso
levantamento anterior, publicado na terceira edição da revista, em junho
do ano passado. Na época, 191 parlamentares estavam sob investigação no
Supremo, único foro competente para julgar crimes cometidos por
deputados, senadores e outras autoridades.
O senador Lindbergh Farias (PT/RJ) e os deputados Paulo César Quartiero
(DEM/RR) e Lira Maia (DEM/PA) são os parlamentares com mais pendências
no STF atualmente. Cada um deles é alvo de 13 acusações, considerando
ações penais e inquéritos. A bancada federal de sete estados – Acre,
Alagoas, Amazonas, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Rondônia e Roraima –
tem mais da metade de seus integrantes sob suspeita. No caso do Mato
Grosso, 91% dos parlamentares aguardam julgamento de ações ou inquéritos
no Supremo. Dentre os partidos, a liderança é do PMDB: 54 dos seus cem
congressistas estão às voltas com pendências criminais no STF. A
pesquisa foi realizada entre 13 de junho e 14 de agosto de 2013.
Entre as acusações que recaem sobre os parlamentares, há desde crimes
graves como homicídio, corrupção e envolvimento com o narcotráfico até
denúncias relativas a irregularidades – por vezes, de caráter formal –
em campanhas eleitorais. Além de trazer a lista completa dos senadores e
deputados federais que respondem a acusações no Supremo, a reportagem
traz uma série de gráficos mostrando a evolução dos processos contra
congressistas desde 2005; a incidência de denúncias nas principais
bancadas dos sindicalistas, ruralistas e evangélicos; e a distribuição
das acusações por estados e por partido.
A reportagem também busca respostas para as causas do acúmulo de
processos contra políticos no STF. O tema é analisado por juristas e
cientistas políticos, que associam o fenômeno principalmente às falhas
do sistema judiciário brasileiro e à ineficácia do chamado foro
privilegiado, que faz do Supremo o foro exclusivo para julgar crimes de
deputados e senadores. O tribunal, na opinião de um dos seus ministros,
Marco Aurélio Mello, “está inviabilizado” pela sobrecarga de processos
judiciais.
Fonte: Congresso em Foco - Por Eduardo Militão e Edson Sardinha.
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