A União aumentou em 50% os gastos com publicidade nos sete primeiros
meses do ano. Os desembolsos passaram de R$ 301,5 milhões no ano
passado, para R$ 452,5 milhões até julho de 2013. O valor gasto até
agora corresponde a 78% do total aplicado em publicidade em 2012 – R$
579,2 milhões.
O governo federal paga por dois tipos de publicidade: a de utilidade
pública e a institucional. Para a publicidade de utilidade pública, que é
aquela que informa e orienta a população para adotar comportamentos que
tragam benefícios reais na melhoria da qualidade de vida, foram gastos
R$ 359,3 milhões. O restante (R$ 93,3 milhões) foi destinado à
publicidade institucional, que tem como meta a divulgação de informações
sobre atos, obras e programas de órgãos e entidades governamentais.
Para promover campanhas de informação ao cidadão sobre os direitos e
acesso aos serviços de saúde, o Ministério da Saúde (MS) lidera o
ranking dos órgãos que mais gastaram com publicidade até o sétimo mês do
ano. O ministério desembolsou R$ 139,1 milhões, valor 40% maior que o
gasto no mesmo período de 2012 – R$ 99,3 milhões. No ano passado, o MS
aplicou, ao todo, R$ 191,9 milhões em publicidade.
Em nota, o órgão informou ao Contas Abertas que o orçamento da saúde
triplicou de 2003 a 2012, passando de R$ 28 bilhões para R$ 95 bilhões, o
que permitiu ao ministério ampliar os valores destinados a campanhas
publicitárias de utilidade pública.
“A prerrogativa de coordenar políticas públicas que possuem abrangência
nacional exige que o Ministério da Saúde desenvolva anualmente em torno
de 40 campanhas que abordam diferentes temas, entre eles aids, dengue,
vacinações, saúde na escola, Rede Cegonha, Atenção Básica, saúde do
homem, tuberculose, doação de leite materno, hepatites virais, SAMU,
UPA, direitos sobre saúde suplementar, Mais Médicos/Programa de
Valorização do Profissional da Atenção Básica (Provab)”, afirma o MS.
A Presidência da República vem logo atrás do Ministério da Saúde no
ranking dos gastos. No entanto, ao contrário da publicidade do MS, que é
formada apenas de propagandas de utilidade pública, a realizada pela
Presidência é exclusivamente institucional. O valor gasto com esse tipo
de publicidade (R$ 93,3 milhões) é pouco maior do que o aplicado no
mesmo período de 2012, quando R$ 92,7 milhões foram desembolsados.
O Ministério das Cidades completa a lista dos três órgãos que mais
gastaram com publicidade. A pasta desembolsou R$ 58 milhões para o fim,
até julho de 2013. O valor é quase quatro vezes maior que o aplicado até
o sétimo mês do ano passado – R$ 15,5 milhões.
Em resposta ao Contas Abertas, o Ministério das Cidades informou que em
2012 houve uma mudança na estratégia de realização das campanhas
vinculadas ao Parada-Pacto Nacional para Redução de Acidentes. “As
campanhas que antes visavam períodos mais críticos, de maior
deslocamento e fluxos de veículos (feriados e férias), passaram a ser
veiculadas de forma contínua, o que obviamente resultou no aumento dos
investimentos nas ações de comunicação preventivas”, informa o órgão.
O Ministério das Cidades é responsável pela execução das campanhas de
conscientização de todos os agentes do trânsito (motoristas,
motociclista, pedestres etc) com o objetivo de reduzir os acidentes e os
óbitos nas ruas e estradas do país.
Confira aqui os gastos por órgão.
Empresas beneficiadas
A Propeg Comunicação, considerada uma das maiores e mais premiadas
agências de publicidade do país, recebeu 23% do total gasto com
publicidade pelo governo federal, ou R$ 103,3 milhões. A empresa, que
possui unidades em São Paulo, Brasília, Bahia e Ceará, é responsável por
parte da publicidade da Secretaria de Comunicação da Presidência da
República, Ministério da Saúde, Ministério das Cidades e Governo do
Distrito Federal.
A Agnelo Pacheco recebeu R$ 44,6 milhões até julho, cerca de 10% do
valor desembolsado pela União. A agência recebe dos Ministérios do
Turismo, Cidades e Saúde. Em terceiro lugar, no ranking das empresas de
publicidade que mais receberam do governo federal em 2013 está a Nova/SB
Comunicação, que embolsou R$ 43,8 milhões. A agência, que conta com
estrutura fixa em São Paulo, Brasília e Rio de Janeiro, atende a
Secretaria de Comunicação Social, o Governo do Rio de Janeiro e a
Prefeitura de São Paulo.
Dilma gasta mais
Conforme publicação do jornal Estado de S. Paulo, incluindo as empresas
estatais, a presidente Dilma Rousseff desembolsou R$ 1,78 bilhão, em
média, por ano, valor 23% maior do que o governo de seu antecessor, Lula
da Silva. Os valores foram prestados somando todos os órgãos da
administração pública direta e indireta. Os dados da jornal foram
pedidos por meio da Lei de Acesso à Informação.
Fonte: Contas Abertas - Por Marina Dutra
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