Caso
Raad Massouh avança na Câmara Legislativa, no entanto, em um ritmo que
deixa a população frustrada. Reconhece-se o bom trabalho desenvolvido
por alguns parlamentares, mas o arrastar do caso causa desgaste à Câmara
Legislativa e aos deputados distritais. Nem tanto pelo tempo de
tramitação, mas pelas chicanas que o deputado Raad Massouh tem produzido
à profusão.
O deputado Joe Valle, ao confeccionar minucioso relatório acerca do
caso, começou afirmando que “os cidadãos do nosso País e, em especial,
os do Distrito Federal, de forma histórica, estão indo as ruas,
promovendo manifestações populares pacificas e originadas pela
necessidade de mudanças nas estruturas políticas e nas ações e
prioridades de Governo”. O deputado distrital Raad Massouh porta-se na
contramão do anseio popular e expõe o velho e decrépito modo de se fazer
politicagem.
A patacoada da suposta extorsão que Raad estaria sofrendo, divulgada no
dia da sessão que analisaria o relatório, nitidamente tinha o viés de
tumultuar a sessão e de macular o procedimento que tem se desenvolvido
com absoluta observância do devido processo legal. O tiro saiu pela
culatra, pois até o deputado distrital Agaciel Maia, que era dado como
voto certo em favor de Raad Massouh, votou a favor da instauração do
processo de cassação.
Mas a atabalhoada conduta do parlamentar no episódio acima não foi um
ato isolado. Vê-se nas transcrições que constam do relatório final, que o
deputado fez questão de registrar impropérios contra o delegado que
investigou as condutas praticadas por Raad Massouh. É importante
destacar que o delegado Flamarion não investigou Raad, investigou as
condutas praticadas por Raad Massouh. A diferença é sútil, mas existe.
A polícia civil não deve investigar pessoas. Tal modo de proceder é
típico de regimes de exceção. A polícia civil não deve investigar
pessoas, mas as condutas praticadas pelas pessoas. E foi o procedimento
adotado pela Polícia Civil ao investigar fraudes em licitações
envolvendo a realização de eventos na região de Sobradinho.
Ao investigar os graves atos fraudulentos ocorridos em Sobradinho,
chegou-se a comprovação das fraudes. Identificada as fraudes, a polícia
investigativa foi atrás dos autores do ilícito e entendeu, com arrimo
nas diversas provas, que o deputado Raad Massouh era o mentor dos
ilícitos administrativos e penais ali investigados.
Assim, quando o deputado distrital insiste em chamar o delegado de
“filho da puta”, e vê-se a insistência retratada no relatório
confeccionado pelo deputado Joe Valle, não ofende apenas a autoridade
policial que o investigou. A ofensa é mais ampla e ofende aos honrados
policiais civis que integram a Polícia Civil do Distrito Federal.
Ora, sem dúvida, a Polícia Civil do Distrito Federal – malgrado
existam, como em qualquer lugar, algumas maças podres – é a melhor do
Brasil. O próprio deputado distrital, ao ser inquirido perante a
Comissão que o investigava, abusando de sua imunidade material, deixou
claro que não queria que a ofensa fosse omitida das transcrições. Tal
conduta, afrontosa e desrespeitosa, ofende mais do que toda uma
corporação, ofende a população do Distrito Federal que muito se orgulha
de sua polícia civil.
Mas os arroubos do deputado distrital Raad Massouh vão além, pois,
afirma que um dia depois de seu indiciamento, ocorrido no dia 02 de
novembro de 2011, reuniu-se com o Governador Agnelo Queiroz. No dia
seguinte, o delegado foi afastado do caso. O deputado Raad Massouh nega
que tenha pedido a remoção do delegado, mas é difícil de acreditar...
Ao agir assim, insinuando que tem apoio do Governador Agnelo Queiroz
para se livrar da cassação, o deputado distrital Raad Massouh transfere
parte da crise política para o Palácio do Buriti, para o próprio
governador.
Tais condutas, descritas no relatório que opina pela perda do mandato
parlamentar de Raad Massouh, desgastam sobremaneira a Câmara Legislativa
do Distrito Federal e os deputados distritais, alcançando, o desgaste,
até o governador Agnelo Queiroz. As estabanadas atitudes de Raad Massouh
revelam que muita sujeira acontece nos porões da política distrital. É
por causa de tanta sujeira e politicagem que as pessoas, em todo Brasil,
em especial no Distrito Federal, têm tomado as ruas em protestos. Chega
de impunidade, brada a população, esperamos que os deputados distritais
tenham sensibilidade para ouvir e respeitar as vozes da rua.
Fonte: Instituto de Fiscalização e Controle – IFC
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